O pesquisador Alexandre Rosseto Garcia, médico veterinário, mestre e doutor em reprodução animal, quantificou o impacto do sombreamento do pasto no desempenho dos animais. De acordo com Garcia, o aumento de produtividade deriva da influência do conforto térmico ao acelerar o metabolismo dos bovinos.
“Todas as vezes que o animal entra em uma situação de aumento de temperatura interna corpórea e perde esta capacidade de balanço térmico, ele pode entrar em uma situação de desconforto térmico, que pode evoluir para uma condição de estresse térmico. Em uma condição de desconforto ou estresse, obviamente todo este metabolismo é afetado e, consequentemente, a produtividade do animal reduz exatamente porque ele tem que demandar energia para fazer termorregulação corpórea. A presença do componente arbóreo na arquitetura do sistema (integrado) é exatamente para a gente tentar modular a presença do animal em um meio mais agradável de modo que ele consiga permanecer no sistema e ser o mais eficiente possível”, explicou o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste.
Isto desencadeia uma série de benefícios, conforme explicou Garcia. Com metabolismo acelerado, o bovino se movimenta mais pelo pasto em busca das melhores touceiras de capim, o touro se sente mais disposto a interagir com as vacas, o que contribuir para o acasalamento, e o consumo de água é menor, visto que a frequência com que os indivíduos visitam o bebedouro é 23% menor no caso dos lotes em piquete sombreado, indicou Garcia, citando estudo desenvolvido na unidade. “Do ponto de vista de comportamento, os animais que estão na área sombreada são normalmente mais ativos e que, portanto, buscam explorar mais o ambiente”, reforçou.