Moradores que vivem próximos à encosta da Rua Diva Pimentel, em Fazenda Grande do Retiro, agora têm mais tranquilidade e segurança, após a conclusão e entrega de uma geomanta de 1,4 mil m² de área, instalada na localidade pela Prefeitura. A proteção, formada por um composto de PVC e geotêxtil com cobertura de argamassa jateada, foi entregue durante solenidade ocorrida nesta sexta-feira (8), com a participação do prefeito Bruno Reis, do diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Sosthenes Macêdo, e do secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves.
A estrutura beneficiou diretamente cerca de 300 famílias, cujas casas estão situadas numa área classificada como de alto risco para deslizamentos de terra. O investimento da obra é de R$216 mil, e esta é a décima geomanta aplicada pela Prefeitura em Fazenda Grande do Retiro.
Fazendo alusão à Semana Nacional de Redução de Desastres, o prefeito lembrou que o grande desafio de uma capital como Salvador é, anualmente, garantir soluções para conter ou amenizar os efeitos das chuvas. E que, devido às mudanças climáticas, cada ano é um desafio maior.
“Além disso, o Brasil está na iminência de uma crise energética, pois não chove em diversas regiões do país, os reservatórios estão vazios e rezamos para não haver racionamento. Tudo isso por conta destas mudanças. Mas, Salvador segue investindo em propostas sustentáveis, com ônibus elétricos, integrando o C40, participando de fóruns internacionais, e buscando reduzir a emissão dos gases que provocam o efeito estufa. Tudo isso para evitar maiores gastos no combate às chuvas e diminuir o risco de perda de vidas”, declarou Bruno Reis.
O chefe do Executivo municipal explicou que a geomanta tem a função maior de preservar vidas e prevenir tragédias. “Isso nos custa cerca de R$100 milhões anualmente. Muitas destas intervenções são necessárias por causa dos efeitos das fortes chuvas que atingem a cidade. Nosso compromisso é avançar, fazer cada vez mais e ir adiante”, disse.
O secretário Nacional de Defesa Civil destacou os esforços de Salvador para prevenção de desastres. “Qualquer inciativa que o poder municipal faça para diminuir os riscos de desastres é louvável. Salvador tem avançado em ações preventivas e se tornado destaque e exemplo na política de redução de desastres no país. É importante a realização de obras estruturais, mas também treinar a comunidade para a convivência e autoproteção. Esse conjunto de ações tem demonstrado que Salvador tem se preocupado em entender que Defesa Civil é mais do que apenas um órgão, mas um conjunto de ações que todos os demais órgãos, secretarias e comunidade precisam apoiar”, afirmou Alves.
Avanço – Atualmente, a Prefeitura possui nove obras de encostas definitivas em execução, seja de cortina atirantada ou de solo grampeado. Além disso, mais um pacote de obras está sendo preparado. Em oito anos, já foram investidos mais de R$200 milhões em recursos próprios para obras de proteção a encostas da cidade, sem contar o que foi captado junto ao governo federal.
Nos últimos anos, a Codesal foi reforçada com investimentos em sistemas de alerta e alarme, estações meteorológicas e hidrológicas, pluviômetros, além do trabalho dos técnicos que vão a campo e de uma central de monitoramento, que é uma das mais modernas do Brasil.
“Estas obras são uma prioridade nesta gestão, e a Defesa Civil de Salvador é uma das mais avançadas do Brasil. Já investimos muito em sistemas de alerta e alarme, pluviômetros, toda uma estrutura de tecnologia e informação, 24h por dia, em um grande esforço desta equipe”, completou o prefeito.
Outras obras – Além da Diva Pimentel, já foram entregues duas proteções na Travessa Florentino, duas na 3ª Travessa Libertadores, uma na Travessa Silveira, uma na Rua do Calafate, uma na 2ª Travessa Libertadores, uma na 1ª Travessa Pacheco de Oliveira, e outra na Travessa Lago. Desde 2016, a gestão municipal já instalou mais de 200 geomantas em diferentes localidades de Salvador. Esta é uma solução tecnológica de rápida execução e baixo custo, em comparação às cortinas de contenção em concreto.
De acordo com Sosthenes Macêdo, nem toda a situação, no entanto, comporta a colocação de geomanta e, por isso, equipes de engenheiros da Codesal fazem a análise e apontam a possibilidade da instalação ou não da tecnologia, levando em conta critérios como inclinação do talude e características do solo. O trabalho preventivo para redução de desastres na cidade é feito de forma permanente. Além de geomantas e contenções de encostas definitivas, a estratégia de preservar vidas também conta com auxílio da tecnologia.
Alívio – Os moradores da Diva Pimentel demonstraram alívio com a intervenção. “Morar aqui era muito perigoso, a encosta tinha muito mato e entulho, os ratos tomavam conta de tudo e quando chovia era muito preocupante. Quando o barranco deslizava, a lama chegava até a porta de casa. Nós saíamos, a pedido da Codesal, e ninguém conseguia dormir. Agora, com a geomanta, está tudo mais tranquilo para todos”, desabafou a doméstica Jaciara Santos, 54 anos, que há duas décadas vive na região.
A diarista Cátia Passos, 55 anos, disse estar aliviada com a chegada do sistema de proteção. “Cresci nesta região. Quando chovia todos se assustavam com os deslizamentos. Antes precisávamos tirar a lama sempre pela manhã. Era muito preocupante, e eu precisava deixar tudo para dormir em outro lugar. Agora melhorou bastante, já não preciso sair de casa quando chove”.