Disco inédito do cantor é traduzido em álbum visual, em retorno à sua ancestralidade por vias afrofuturistas
Em uma verdadeira experiência afrofuturista a ser compartilhada com o público, o cantor Giovani Cidreira, que assina esta nova fase como GIO, lança disco e álbum visual Nebulosa Baby, dia 22 de julho, que estarão disponíveis no Youtube, Spotify e Vimeo. O disco, que conta com 13 faixas inéditas e é lançado pelo selo RISCO, chega com um curta-metragem que representa visualmente a obra e traz à tona a ancestralidade periférica e nordestina do músico.
Concebido pelo próprio cantor, o projeto dará vida ao primeiro álbum visual de sua carreira e traz algumas faixas dos seus três últimos trabalhos, Mix$take (2019), Estreite e MANO*MAGO (2020), que aparecem com outros nomes, letras e arranjos, representando ideias que foram lançadas naquele momento e retornam agora de uma maneira mais consistente. Nebulosa Baby se revela como a parte final de uma história, ou ainda o total de um fractal — objeto geométrico que pode ser dividido em partes semelhantes ao objeto original —, elemento que figura o conceito desta obra.
O disco traduz o experimentalismo de uma sonoridade eletrônica minimalista, ligada à música orgânica e à tradicional canção brasileira, celebrada em seu primeiro álbum, Japanese Food (2017). Os trabalhos aglutinam pessoas, saberes e contam com participações diversas e com o protagonismo feminino de intérpretes como: Ava Rocha, Alice Caymmi, Jadsa, Josyara, Luiza Lian, Luê, Obirin Trio, Jup do Bairro e ainda Dinho (Boogarins) e Vandal, que se conectam também com a trajetória artística do cantor dentro e fora do universo de Salvador.
A construção musical conta ainda com a produção de Benke Ferraz (Boogarins) e tem os músicos acompanhantes e proeminentes: Filipe Castro (percussão), Ynaiã Benthroldo (Boogarins – bateria), Lucas Martins (baixo), Cuca Ferreira (Bixiga 70 – saxofone) e Felipe Dieder, Lucas Gonçalves e Lelo Brandão (Maglore – bateria, baixo e guitarra), em algumas faixas.
Álbum Visual
O álbum visual construirá uma narrativa a partir das músicas do disco, no qual GIO assina a direção em parceria com Edvaldo Raw, e é personagem criador de pontes entre a ficção e a realidade. Através de imagens que remontam sua vida, cultura e trajetória geográfica, mas em uma manifestação diversa e expandida da realidade, o espectador é direcionado a um universo sensível e afrofuturista, que apresenta as ferramentas ancestrais utilizadas pelo artista na construção da obra.
As cenas se compõem em um passeio por diferentes paisagens e contextos, numa exaltação visual e sonora tanto de elementos orgânicos quanto de tecnologias. Com efeitos visuais, imagens em animação, paisagens em retratos, a subjetividade da criança que nos habita, que corre entre cenas, erês que rodeiam o cotidiano de GIO, momentos de descontração e ludicididade, propõem uma busca da ficção histórica e do realismo mágico, em crítica e reflexão a respeito da solidão do povo negro, suas ressignificações e potencialidades, e apontam para possibilidades de futuro firmadas nas raízes da memória e das ações presentes.
“É sobre não esquecer que somos pessoas iluminadas, detentoras de um poder ancestral, de um potencial que o sistema racista, que nos mata todos os dias e nos entrega sobras, descarta e nos faz esquecer, retirando o direito de existir na memória, na musicalidade e nas experiências culturais desse país”, afirma GIO.
Nebulosa – O Projeto
Como brilhos que antecipam à explosão de uma nebulosa interestelar, GIO lançou respectivamente nos dias 12 de Maio e 17 de junho os singles Nebulosa e Jóias, em todas as plataformas de streaming. Entre os lançamentos das músicas, que integram o novo disco Nebulosa Baby, o público pode conhecer em cinco episódios o processo de produção do disco e álbum visual no documento audiovisual Nebulosa Websérie. Disponível no perfil do Youtube de GIO, a websérie traz memórias e relatos da trajetória do cantor, em cenas ricas que reconstroem e se conectam com a origem e o desenvolvimento do músico.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Matos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
Foto:Alex Oliveira