Gleisi segue Dirceu e diz que PT vai precisar de mais de 4 anos no poder para consolidar projeto

A presidente do PT, Gleisi Hofmann, afirmou nesta quinta-feira, 13, que o PT vai precisar de mais de quatro anos – tempo do atual mandato conferido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – para consolidar seu projeto de País. A manifestação se assemelha à que foi feita pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, para quem Lula deveria concorrer à reeleição. Na avaliação de Dirceu, seria preciso ao menos 12 anos de governos aliados para “um projeto de desenvolvimento nacional”.

Nas palavras de Gleisi, um projeto de mudança no País não se faz em só quatro anos. “Precisa de mais tempo”, afirmou a dirigente no seminário de comunicação promovido pela sigla a filiados e assessores parlamentares. Durante a abertura da roda de conversa, que vem em meio às críticas sofridas pelo Executivo após a Receita Federal ampliar o cerco contra a sonegação de impostos promovida por e-commerces estrangeiros, a presidente do PT disse ser preciso garantir que o governo dê certo.

“Queremos que esse governo dê certo. Essa é a grande oportunidade que o povo nos deu, de governar de novo esse país depois de tudo o que aconteceu. Não podemos perder essa oportunidade”, declarou Gleisi Hoffmann, uma das aliadas mais próximas de Lula e voz influente no Palácio do Planalto.

Embora tenha dito durante a campanha que não pretendia concorrer à reeleição, Lula dá sinais de que pode, sim, disputar um quarto mandato em 2026. Como revelou o Estadão/Broadcast Político em 9 de fevereiro, o presidente foi aconselhado por aliados a deixar clara a possibilidade de ele mesmo ser o candidato nas próximas eleições, como forma de estancar uma disputa nos bastidores pela sua sucessão. Hoje, o favorito para o posto é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em entrevista à RedeTV! na semana passada, José Dirceu ressaltou que os 12 anos de um mesmo projeto de País à frente do governo não significa, necessariamente, apenas gestões petistas. Ressaltou, no entanto, que não vê outro nome para disputar as próximas eleições para além de Lula.

Eduardo Gayer/Estadão Conteúdo