Além de patrocinar a festa literária, governo estadual promove atividades concentradas no Espaço Educar para Transformar
Como acontece a cada edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), as secretarias e órgãos do Estado estarão presentes com uma programação diversificada, reunindo ações voltadas às áreas da cultura, educação, cidadania e direitos humanos. Além de levar uma programação diversa para os dez anos da Flica, o Governo da Bahia, mais uma vez, é o principal patrocinador da maior festa literária do Norte/Nordeste, que volta a ser realizada depois de dois anos e será realizada de quinta-feira (3) a domingo (6).
O destaque da atuação do Estado na Flica é o protagonismo de estudantes da rede estadual, com a maior parte das atividades concentradas no Espaço Educar para Transformar, que vai funcionar na sede da Fundação Hansen Bahia. A programação inclui recitais de poesia, apresentações de dança, música e teatro, oficinas, lançamentos de livros, palestras, contação de história, entre outras atividades.
Confira a seguir os principais destaques da programação oferecida pelos órgãos estaduais durante a Flica.
Protagonismo estudantil
O Espaço Educar para Transformar, na Flica, contará com a participação de 850 estudantes da rede estadual de ensino de diversos municípios do Recôncavo da Bahia e de outras regiões. Durante a realização do evento literário, a Secretaria da Educação do Estado (SEC) realizará uma programação diária, entre 9h30 e 18h30, envolvendo rodas de conversa; recital de poesia; exposição e leitura de Literatura de Cordel; apresentações de samba de roda, teatro e dança e exibição de filmes, entre outras atividades. Destaque para o encontro com estudantes e professores da rede pública estadual, que a SEC realizará em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
No ano do bicentenário da independência política do Brasil, a Flica se coloca como um ambiente para a reflexão sobre os sentidos da liberdade na literatura ‘brasis’, cujo termo abrange sentidos distintos: território brasileiro: terras brasis; aqueles que nasceram no Brasil; os indígenas nativos do Brasil; e pátria brasileira nos seus diferentes modos de ser.
Violão e a Palavra com Margareth Menezes
A Fundação Pedro Calmon (FPC) celebra os 60 anos da cantora Margareth Menezes e apresenta atividades que estimulam a leitura e escrita ao infanto-juvenil. O destaque da programação fica para o projeto O Violão e a Palavra, com a presença da artista homenageada.
A atividade será uma conversa com Margareth sobre a relação das palavras e da música, visando estreitar o diálogo entre as pessoas e a leitura. “Esta edição será mais do que especial. Não só pelos 10 anos da Flica, mas por celebrarmos os 60 anos de uma das maiores artistas da música brasileira. Este Violão e a Palavra será um presente da FPC para os baianos”, declarou o diretor geral da FPC, Zulu Araújo, que será o mediador do encontro com Margareth.
Arte para a criançada
A Diretoria de Bibliotecas Públicas (Dibip) da FPC, por meio da Biblioteca de Extensão (Bibex), leva para a programação da feira atividades lúdicas por meio de contação de histórias, apresentações musicais e teatrais, além de encontros com escritores.
Destacando personalidades e momentos de nossa história, as ações, como O Cortejo Cênico da Independência da Bahia, representado pela Companhia de Teatro da Biblioteca Monteiro Lobato, narram a presença de heróis anônimos, nos episódios de independência da Bahia e do Brasil.
Contação de história com Lilica
A multiartista de oito anos de idade, Lilica Rocha, que soma mais de 250 mil seguidores nas redes sociais, também estará presente na Festa. Ela se tornou conhecida por cantar e tocar instrumentos e já participou do Domingão do Huck, e foi homenageada pelo cantor Caetano Veloso, pela interpretação da música O Leãozinho. Lilica apresenta a contação musicalizada, O Sol Reflete, que conta com 11 faixas voltadas ao público infanto-juvenil.
Slam Insubmisso
Na busca de fomentar e demarcar as produções literárias, acadêmicas e culturais de mulheres negras, a plataforma Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras (DIMN) estará com residência na Flica, com a Casa Insubmissa, de quinta a domingo, na Rua Praça da Aclamação, n°17, Centro, uma ocupação da Casa da Música de Cachoeira. A entrada é Gratuita.
O espaço, que chega à Flica através de uma parceria com a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), unidade vinculada à Secult/BA, abrigará vivências entre escritoras, ativistas, pesquisadoras, autoras negras, sobretudo, com o público local e da feira. Como parte dos eventos que marcam a passagem do Novembro Negro e reforçando o espaço de artistas negras e baianas que trabalham de forma independente, o DIMN com patrocínio da Warner Music Brasil realizará o Slam Insubmisso 2022, sexta edição da competição voltada a artistas da palavra baianas, que está com as inscrições abertas e premiações para as três primeiras colocadas – R$ 1 mil (primeiro lugar), R$ 800 (segundo) e R$ 500 (terceiro). Podem se inscrever mulheres negras a partir de 18 anos, através do Sympla, no link da BIO da Diálogos Insubmissos no Instagram.
A Casa Insubmissa tem abertura oficial a partir das 14h do dia 4 de novembro e já começa com a mesa Mulheres Negras com presença de artistas contempladas com a residência artística em 2022, Sanara Rocha (Variações Sobre Ostinato Percussivo) e Crislane Rosa (Andografias da Minha Avó). A programação termina no domingo, 06 de novembro, às 11h, com a Ressaca Insubmissa do Arrastão Punnany e o Carrinho Brown, comandado pela multiartista Ana Dumas, com performance musical no entorno do imóvel e distribuição gratuita de livros da Funceb e da Editora Diálogos Insubmissos. Ficam responsáveis pela musicalidade a residente Nai Kiese e a convidada Sista Kátia.
Mulheres nos 200 anos da Independência
A participação das mulheres na luta pela Independência é tema de mesa redonda na Casa Educar para Transforma. Silenciadas pela história, mulheres que participaram ativamente da luta pela independência do Brasil ganharam reconhecimento em publicações a exemplo do livro ‘Independência do Brasil – as mulheres que estavam lá’, tema da mesa redonda promovida pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM-BA) na quinta-feira (3), às 14 horas, no auditório da Casa Educar para Transformar (Fundação Hansen Bahia), em Cachoeira.
A mesa redonda contará com a participação da historiadora Marcela Telles, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (Ufmg). Marcela é autora do texto sobre Maria Quitéria, uma das sete mulheres recuperadas no livro, organizado por Antonia Pelegrino e Heloísa Stariling. “É uma oportunidade especial estar em Cachoeira, onde Maria Quitéria iniciou sua participação na luta pela independência na Bahia”, disse.
Dignidade menstrual
Além da mesa redonda, a SPM-BA promove uma roda de conversa com o tema Dignidade Menstrual, no sábado (5), às 16h45, no palco do Espaço Educar para Transformar. Jovens integrantes da ONG Girl Up e uma facilitadora da SPM participam do bate-papo. O objetivo é promover a discussão sobre o tema contribuindo para a quebra de tabus em torno da saúde menstruação.
O governo da Bahia lançou, em 2021, o programa Dignidade Menstrual, contemplando iniciativas como a produção de cartilhas educativas e informativas para pessoas que menstruam e não menstruam. O programa incluiu também a distribuição de absorventes higiênicos para 225 mil estudantes em vulnerabilidade social.
Respeita as Mina
No stand da SPM, montado na Casa Educar para Transformar, serão distribuídos materiais informativos e exibidos vídeos da campanha Respeita as Mina de enfrentamento à violência contra as mulheres. Técnicas da SPM estarão no local para aplicação de tatuagens adesivas com a frase ‘Não é Não’. No local também estará disponível uma moldura para que visitantes possam tirar fotos com elementos de personalidades feministas.
Literatura negra
A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) leva para a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), de quinta-feira (3) a sábado (5), uma vasta programação de serviços e ações na temática étnico-racial. A agenda visa fortalecer a literatura negra, valorizar a diversidade, ampliar debates e disseminar conteúdos sobre garantia de direitos da população negra.
Na quinta-feira (3), às 14h, no Espaço Educar para Transformar, a programação será aberta com lançamento dos livros ‘Dandara’ e ‘Abrindo a boca, mostrando línguas’, com a escritora Amanda Julieta, obra que reúne uma coletânea de textos de autoras brasileiras LGBTQIAP+ sobre diversos temas, estilos literários e visões do mundo. Às 15h será lançado o livro ‘Luiza Bairros: pensamento e compromisso político’ escrito pela socióloga Vanda Sá, destacando os legados da militante do movimento negro e ex-ministra da Igualdade Racial, falecida em 2016.
Já na sexta-feira (4), a partir das 11h, uma roda de conversa terá como tema os 10 anos da lei das cotas universitárias no Brasil, contando com os debatedores Wilson Mattos (Uneb), Cássia Maciel (Ufba) e a secretária da Sepromi, Fabya Reis. Na sequência, acontece a intervenção musical do Projeto Viver com Arte, coordenado pela yalorixá Vânia Amaral, que reúne voz, violino e atabaques, protagonizando jovens negros do Subúrbio Ferroviário e de outros bairros populares de Salvador.
Oficina de Tranças
No sábado (5) a programação começa às 10h45h com Oficina de Tranças, seguida de lançamento do livro ‘Direitos e Filosofias Africanas no Brasil’, do advogado, educador e ativista do movimento negro, Sérgio São Bernardo; da Roda de Conversa: BookTok: Como o TikTok vem influenciando a leitura e impulsionando a venda de livros’, com Ashley Malia, Yara Damasceno e Samira Soares. O ‘Bailinho da Aziza’, uma performance literária sobre ludicidade, representatividade e ações antirracistas, encerra as atividades do dia, contando com a atriz e arte-educadora Cássia Vale.
Cidadania e direitos humanos
Nesta edição, a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS) participará de mesas redondas e realizará diversas atividades voltadas para cidadania, direitos humanos, direitos do consumidor, redução de danos e assistência social.
Além disso, serão oferecidos atendimentos do Procon-BA e do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT (CPDD-LGBT), capacitação profissional, exposição fotográfica, cinema itinerante e apresentação musical. As ações acontecem na sexta-feira (4), segundo dia da Flica.
As mesas redondas terão como tema Propaganda Enganosa, ministrada pelo diretor de Fiscalização do Procon-BA, Iratan Vilas-Boas; e Redução de danos e tecnologias do programa Corra Pro Abraço, com monitores do Corra pro Abraço, Frank Ribeiro e Jéssica Souza.
Já a capacitação, destinada para gestores e profissionais que atuam no Sistema Único da Assistência Social (Suas), abordará os temas 1ª Infância no Suas, Trabalho Infantil e Violência Sexual contra Criança e Adolescente.
Corra para o Abraço
Durante a Flica, serão realizadas também o relançamento do livro ‘Outros Caminhos São Possíveis’, escrito por membros do Programa Corra pro Abraço, Edgilson Tavares e Luísa Saad, que apresenta o programa como uma política pública que auxilia na redução de danos para pessoas em situação de vulnerabilidade social, e a exposição fotográfica, com imagens produzidas pelos alunos de uma das oficinas oferecidas pelo programa.
Ainda na sexta-feira (4) de novembro, a SJDHDS apresenta as ações do CPDD-LGBT, com atendimento jurídico para retificação do nome, distribuição de preservativos, lubrificantes e a realização de testes rápido de HIV-Aids. O público contará com o pocket show da cantora drag Theska Manson.
Economia Solidária
A Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte (Setre) participa da Flica com atividades da economia solidária e serviços do SineBahia. Durante o evento, a secretaria vai expor os produtos e as experiências de 60 associações, cooperativas e grupos produtivos acompanhados pelos Centros Públicos de Economia Solidária (Cesols) do Recôncavo e Portal do Sertão Sisal. Haverá ainda bate-papos temáticos, lançamento de livro da área e desfile de moda de matriz africana do Quilombo Art Moda, um dos empreendimentos econômicos solidários assessorados pelo Governo da Bahia.
SAC Móvel e outros serviços
Durante os quatro dias da Flica, o SAC Móvel estará aberto ao público, na Praça Aristides Milton, Centro, das 8h às 17h. Serão ofertados serviços de emissão de Carteira de Identidade (1ª e 2ª vias), CPF (1ª via), Antecedentes Criminais, recadastramento CPREV (Prova de Vida). Neste ano, o Procon no SAC Móvel. Solicitar Registro de Atendimento no Procon, assim como a Ouvidoria Geral do Estado. Serão distribuídas 250 senhas, com demanda 100% espontânea.
No atendimento do Procon, órgão vinculado à SJDHDS, os consumidores poderão tirar dúvidas e receber orientações relacionadas ao direito do consumidor, além de registrar reclamações nos casos em que envolver contratos de consumo, cobranças indevidas, defeitos em produtos, ofertas enganosas ou abusivas, má prestação de serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário e de energia elétrica, etc.
A Flica contará também com cadastro de trabalhadores e oficina de empregabilidade ofertados pelo SineBahia. O atendimento será realizado na praça Dr. Milton, de quinta-feira a sábado. As unidades móveis das Sepromi e da SPM também estarão disponíveis para prestar atendimento ao público sobre casos relativos a racismo e violência contra a mulher, respectivamente. A unidade da SPM conta com uma equipe multidisciplinar para assistência jurídica, psicológica e social às mulheres.
Já Unidade Móvel do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, da Sepromi, vai oferecer serviços como orientações, acolhimento de denúncias e distribuição de material informativo sobre garantia de direitos e valorização da diversidade étnico-racial.
Fotos: Camila Souza/ GOVBA