Grupo Tapetes Contadores de Histórias estreia na CAIXA Cultural Salvador próximo sábado (8)

Durante quatro fins de semana, o premiado grupo realizará sessões gratuitas de contação de histórias com obras feitas de tapetes, bonecos de pano, bordados, ilustrações e livros

O grupo Tapetes Contadores de Histórias e sua peculiar arte de contar histórias estreia concorrida temporada na CAIXA Cultural Salvador próximo sábado, dia 8, celebrando o mês das crianças e também os seus 24 anos de trajetória. Até o dia 30 de outubro, serão 18 apresentações gratuitas recheadas de contos de várias partes do mundo e literatura infanto-juvenil mundial, sempre aos sábados e domingos, às 11h e às 15h. No Dia das Crianças, também haverá programação, com sessões também às 11h e às 15h. Os interessados devem fazer agendamento prévio pelo site www.gentearteirasa.com.br. Será exigido comprovante vacinal.

 A cada dia, serão histórias diferentes, com uma programação voltada para toda a família, sobretudo o público infanto-juvenil. O grupo apresentará uma mostra de todo o seu repertório de histórias, materializado em um acervo de 120 obras têxteis como tapetes, maquetes, paineis, malas, aventais, ilustrações de livros, bordados, livros e bonecos de pano que servem de cenários para narrativas tradicionais do mundo inteiro, além de contos de renomados autores nacionais como Ana Maria Machado, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Ricardo Azevedo, dentre outros.

“Um dos contos que vamos apresentar é Nuá, uma lenda tremembé, povo indígena originário que se situa no litoral do Ceará. É um mito diluviano que conta como esses brasileiros originários se safaram de uma grande chuva lá no início do mundo. Para essa contação, utilizo luz por trás de pranchas com bordados furados que vão formando imagens de seres vivos diversos, como a onça, a águia, a anta, a carnaúba e o próprio pajé do povo Tremembé, que se chama Nuá”, adianta Warley Goulart, diretor do grupo e também o responsável por muitas das costuras.

Esta será a nona vez que o projeto Tapetes Contadores de Histórias traz suas atividades para Salvador, sempre na CAIXA Cultural. A última edição foi entre 2019 e 2020, quando o grupo realizou a exposição Peraltagens, ocupando todo o primeiro andar do espaço por dois meses (novembro a janeiro), com a mostra de suas obras têxteis e sessões de contação de histórias para a criançada. “Foi um sucesso absurdo, e nós estamos muito felizes por poder voltar, porque a gente ama muito as crianças de Salvador, é demais o chamego que essa cidade comporta e traduz”, comemora Goulart.

SOBRE O GRUPO OS TAPETES CONTADORES DE HISTÓRIAS

Formado há 24 anos, Os Tapetes Contadores de Histórias são pioneiros no país na produção de cenários têxteis para narrativas orais. Inovaram a arte de contar histórias, a partir do momento em que costuraram e introduziram cenários de tecido para a contação de histórias: tapetes, paineis, aventais, malas, bordados, bonecos de pano. O grupo transformou a arte de contar histórias no Brasil, a partir do momento em que mesclou oralidade, literatura infantil e artes visuais, em especial as artes têxteis. Há duas décadas, desenvolvem uma linguagem de narração artística singular, tornando-se referência na pesquisa sobre as intersecções entre texto e têxtil, e diálogos entre literatura e artesanato.

Composto por Warley Goulart, Cadu Cinelli e Rosana Reatégui, o grupo é pioneiro também nas realizações de exposições interativas para crianças em galerias de arte. Foi o primeiro coletivo de contadores de histórias a ocupar e expor as obras de artes visuais em galerias de arte no país, e é o que mais representa o Brasil no exterior. Foram 14 países visitados, com narrações em inglês, francês e espanhol. Os Tapetes Contadores já realizaram 67 exposições interativas de seu acervo pelas caixas culturais em todo país, investindo em arte e cultura para cerca de 2 milhões de pessoas, com 30 mil apresentações, alcançando uma estimativa de 200 mil crianças de escolas públicas do Brasil.

O grupo também já realizou cerca de 250 oficinas de contadores de histórias, contribuindo para a formação de 40 mil profissionais da Educação, Arte, Psicologia, Geografia, Turismo e Sociologia. Já ganharam o Prêmio Zilka Sallaberry de Melhor Espetáculo por Shtim Shlim e o Prêmio Baobá, a mais importante premiação nacional para os fortalecedores da arte narrativa. Durante a pandemia, o grupo se reinventou e participou de mais de 300 lives online, veiculadas dentro e fora do Brasil, fundou o projeto “Cada um no seu Quadrado”, contemplado pelo Edital Arte Como Respiro do Itaú Cultural SP, e integrou a primeira e segunda edições do projeto Arte da Palavra do Sesc Nacional.