Sentir o aroma das ervas ao regar a horta no fim de tarde, ou colher uma hortaliça direto da terra pode criar memórias ternas para toda a vida. Com o incentivo da Secretaria de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), os soteropolitanos têm a oportunidade de vivenciar essa experiência em diferentes hortas implantadas na cidade. Ao todo, Salvador tem 50 hortas urbanas e quatro pomares.
Esses espaços, que buscam aproximar as pessoas de uma alimentação mais rica e da retomada de hábitos saudáveis, conseguem impactar as comunidades de forma positiva. Há hortas situadas em locais que anteriormente eram degradados e inutilizados, unidades de saúde, Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e até em unidades de ensino.
Diretor da Secis, Uelber Reis explica que os ganhos para quem tem acesso a estes espaços são incontáveis. “Os espaços não são iguais. Em escolas, por exemplo, eles são usadas para que os alunos possam aprender sobre educação ambiental, biologia e até matemática. É como se ampliasse a aula, saísse das quatro paredes da sala e fosse para a prática. Em matemátic,a os alunos aprendem pesando a produção colhida, estudam sobre fração ou divisão”, detalhou.
O projeto de hortas urbanas beneficia tanto escolas da rede municipal quanto estadual de ensino. O gestor explicou que,quando implantadas em áreas públicas, os locais se tornam um mecanismo de expressão da cidadania, pois os voluntários cuidam coletivamente dos locais e doam a produção para organizações sociais.
“Os lugares que eram invasão ou áreas abandonadas se tornaram áreas de convivência, de reaproximação e a produção vai para doação. Temos relatos de vizinhos que não se conheciam e se tornaram amigos, de pessoas com depressão e que ficaram bem depois de se engajar na horta. É uma oportunidade onde os soteropolitanos podem ressignificar sua própria cidade”, disse.
Para a coordenadora do Programa de Hortas e Pomares Municipais de Salvador, Lana Moura, a transformação que a implantação das hortas causa não se restringe apenas aos espaços físicos, mas no convívio social também. “A horta do Imbuí era só entulho, ninguém frequentava o local que fica fundo de um condomínio, em um cruzamento. Hoje o lugar é ponto de encontro para os moradores e tem até parquinho para as crianças”, destacou. Moura contou que as hortas estão passando por manutenção e recuperação, recebendo apoio da Prefeitura na limpeza, roçagem e doação de novas mudas.
Criação de abelhas – Ainda como parte do projeto, a Secis está distribuindo caixas para criação de abelhas sem ferrão. Cinco espaços já receberam o equipamento: duas hortas no Imbuí, uma em Stella Maris, outra no Condomínio Jardim das Margaridas e ainda no Escolab Coutos. Até o fim deste ano mais 15 caixas serão entregues a hortas abarcadas no projeto.
A proposta é que com a criação das abelhas elas possam contribuir com a polinização não apenas das hortas mas das áreas verdes no entorno. Para isso, um curso para cuidar do meliponário foi fornecido no ano anterior pela Secis para voluntários das hortas. Na ocasião, 80 pessoas se inscreveram no projeto.
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