Ignorar os sintomas da andropausa pode representar riscos à saúde masculina

Condição fisiológica natural, similar a menopausa nas mulheres, a andropausa ocorre de forma lenta e gradual nos homens a partir dos 40 anos.

Popularmente conhecida como andropausa, a Deficiência Androgênica do Envelhecimento Masculino (DEAM) é uma condição fisiológica natural que ocorre de forma lenta e gradual nos homens com idade a partir dos 40 anos, que no Brasil representam 41,9% da população masculina, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), na faixa etária dos 50 anos, a andropausa atinge 25% dos homens e, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, este índice chega a 50% nos homens a partir dos 80 anos.  

Mas, afinal, o que é a andropausa e como ela pode afetar a saúde e qualidade de vida dos homens? Quem explica é o médico, pós graduado em longevidade saudável e medicina ortomolecular e especialista em ginecologia, Dr. Jorge Valente. Segundo ele, assim como acontece com a menopausa, nas mulheres, a andropausa consiste num conjunto de alterações fisiológicas ocasionadas pela redução dos hormônios sexuais. “Essa queda na produção dos hormônios androgênicos, como a testosterona, é um processo natural que ocorre com o envelhecimento do homem, porém, nem todos eles vão apresentar sintomas, ou mesmo o declínio na produção da testosterona”, destaca o médico.  

O especialista ressalta ainda que, naqueles em que o quadro clínico se apresenta o diagnóstico costuma ser demorado. Isso ocorre tanto pelo fato de os homens irem menos ao médico, quanto pela ausência de sinais que demarquem essa fase da vida do homem. “Quando as mulheres estão entrando na menopausa, por exemplo, elas deixam de menstruar, como nos homens não há essa transição, os sintomas muitas vezes são ignorados ou confundidos com outros problemas, sem que eles se deem conta”, explica o Dr. Jorge Valente.  

Embora a maioria das pessoas associe a deficiência de testosterona apenas à questão sexual e ao ganho de massa muscular, o médico ressalta que o hormônio tem mais de 200 funções metabólicas no homem, entre elas o sono, humor, controle de peso e da composição corporal e preservação de massa óssea. “Estudos mostram que queda no índice de testosterona nos homens mais velhos está também associada ao aumento da mortalidade. Por isso, consideramos que manter seus níveis normais é uma questão de saúde”, diz o Dr. Jorge Valente. 

Segundo o especialista, o diagnóstico do problema ocorre por meio da dosagem da testosterona e pelos sintomas apresentados. Entre eles, os mais comuns são a queda da libido, diminuição da massa magra, insônia, instabilidade de humor e o aumento da circunferência abdominal. O não diagnóstico e/ou a falta de acompanhamento e tratamento da andropausa podem acarretar, entre outros problemas, no aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, apneia do sono, Policitemia (aumento das células sanguíneas), hepatotoxicidade, ginecomastia, diabetes, obesidade e hipertensão arterial sistêmica. “Por isso, é sempre importante ressaltar que ao sinal de qualquer sintoma um médico deverá ser consultado. Somente por meio de uma avaliação clínica o profissional poderá detectar a presença da andropausa e indicar o tratamento adequado para garantir uma melhor qualidade de vida ao paciente e evitar os riscos deste desenvolver problemas associados a ela”, enfatiza o Dr. Jorge valente.  

Sobre o Dr. Jorge Valente 

Médico pós graduado em medicina ortomolecular e em longevidade, especialista em ginecologia pela FEBRASGO, com 24 anos de atuação na área de ginecologia endócrina, atuando em reposição hormonal, emagrecimento e foco na saúde integral, onde o estilo de vida é a base do tratamento.