Nos dias 13 e 14 de janeiro, agricultores e agricultoras familiares dos municípios de Campo Formoso, Casa Nova e Campo Alegre de Lourdes participaram de capacitação para a implantação de três sistemas agrícolas resilientes, via Projeto Sementes Crioulas. A ação é resultado do convênio entre a Companhia Regional de Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e o Serviço Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), por meio do projeto Pró-Semiárido.
Cerca de 60 famílias, das comunidades Barreiro do Espinheiro (Campo Alegre de Lourdes), Lagoinha (Casa Nova) e Sítio do Meio (Campo Formoso), serão beneficiadas diretamente com a implantação destes sistemas agrícolas resilientes. O objetivo é resgatar sementes crioulas e plantas adaptadas à região semiárida, para que possam ser cultivadas em áreas de um hectare, com sistema de irrigação por gotejamento e uso de energia solar, para o bombeamento da água.
“A ideia é que essas áreas permaneçam como um modelo e um local de acesso. Que essas famílias possam trabalhar e sempre terem esse espaço de acesso a sementes e mudas, e que depois elas possam levar para suas propriedades e multiplicar nos seus agroecossistemas. Espera-se que esses sistemas possam também recuperar os solos dessas áreas a partir do plantio diversificado, o que vai tornar o espaço mais resistente a fenômenos climáticos e a pragas, pois a diversidade ajudará a manter o equilíbrio da área”, explica o coordenador da ação no Sasop, Victor Maciel.
O sistema biodiverso será composto por múltiplas variedades de plantas, sejam elas frutíferas, forrageiras ou grãos, para a alimentação humana, como feijão, milho e fava, que terão ainda funções no equilíbrio ecológico, uso madeireiro e função apícola. A atividade faz parte do conjunto de ações que o Pró-Semiárido, projeto que conta com cofinanciamento do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), vem realizando, no sentido de garantir que milhares de famílias agricultoras do semiárido baiano conquistem autonomia, segurança alimentar e renda.
Essa não é uma ação isolada e está entre as atividades do Assessoramento Técnico Continuado (ATC), executado em parceria com entidades não governamentais que operam na região. Estes sistemas agrícolas resilientes fazem parte da primeira etapa da ação com Sementes Crioulas e contou com o apoio do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) e Serviço de Assistência Social no Campo e na Cidade (SAJUC), que atuam no Território de Identidade Sertão do São Francisco e Piemonte Norte do Itapicuru.
Para a segunda etapa, além de outros sistemas agrícolas resilientes, haverá a implantação de canteiros da agrobiodiversidade, que têm a perspectiva de trabalho mais familiar, e galinheiros rústicos, com espécies adaptadas à região semiárida. O projeto Sementes Crioulas conta, ainda, com a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Semiárido.