Para a entidade do setor, desoneração é caminho para equilibrar o quadro de oferta e demanda do grão
Enquanto um projeto de lei quer estabelecer tarifa sobre a exportação de milho, representantes da indústria de etanol defende a desoneração das importações, como forma de garantir o abastecimento do cereal usado como matéria-prima nas usinas. Representantes da União Nacional de Etanol de Milho (Unem) defendeu, na terça-feira (1/2), mais rapidez na tramitação na Medida Provisória que prevê a redução da cobrança de PIC/Cofins sobre o milho comprado no exterior (MP 1071/2021).
Em comunicado, a entidade manifesta preocupação com os efeitos da quebra de safra 2021/2022 no abastecimento das usinas, o que agrava uma situação já vivida na temporada passada, quando os preços chegaram a R$ 100 a saca.
O presidente executivo da Unem, Guilherme Linares Nolasco, afirma que o caminho para manter os estoques equilibrados e o abastecimento interno é dar condições para que o mercado importe grãos de outros países. “Há como trazer milho do Paraguai e da Argentina, mas é preciso reduzir a alíquota para viabilizar a operação. O caminho está na desoneração, não na taxação”, diz, na nota.
A seca que atingiu as lavouras do sul do Brasil e em parte de Mato Grosso do Sul provocaram perdas nas lavouras do cereal. Com isso, os preços vêm se mantendo em patamares elevados. Em janeiro, o indicador do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada (Cepea) acumulou alta de 7,83%, fechando a R$ 97,42 a saca na segunda-feira (31/1). Na terça, a referência ficou em R$ 97,40.
Em Mato Grosso, só na semana passada, os preços do cereal subiram 6,41% em comparação co ma semana anterior, registrando média de R$ 74,25 a saca de 60 quilos, segundo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O movimento vem acompanhando as cotações internacionais do cereal e o movimento também na bolsa brasileira, que tem sido de alta.
Em boletim semanal divulgado na segunda-feira (31/1), os técnicos do Imea mencionam entre os fatores de atenção a safra na América do Sul e o impasse geopolítico entre Rússia e Ucrância, levando em conta que os ucranianos são importantes produtores e exportadores do cereal.