“É chocante”, diz a vereadora, que cobra punição para plataforma e usuários
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), repudiou o jogo intitulado “Simulador de Escravidão”, que pode ser livremente baixado por usuários de celular. Segundo a vereadora, a plataforma de teor racista e o Google, bem como jogadores que deixaram comentários discriminatórios, estão na mira do Ministério Público de São Paulo.
“É chocante. Não tenho notícia de nada parecido em outro país. Isso só reforça o que temos falado nos últimos anos: o Brasil, que foi a nação mais escravista do mundo, ainda não arrebentou totalmente seus grilhões. A lei deveria permitir que os desenvolvedores desse aplicativo fossem presos o quanto antes. O racismo é inaceitável, principalmente nos dias de hoje. É inconcebível que alguém se ache no direito de desumanizar outra pessoa apenas pela cor da pele”, diz Ireuda.
Segundo a vereadora, a proposta do jogo era que o usuário se passasse por um dono de escravizados e simulava que pessoas negras poderiam ser castigadas ao longo das partidas. “É a virtualização de um crime. A internet não pode ser terra de ninguém. As pessoas precisam entender o peso do que fazem e falam nos ambientes online – o peso legal, psicológico e emocional para quem está do outro lado”, pontua.