Ireuda Silva alerta para disparidade de salário entre homens e mulheres

“Ainda temos um longo caminho a percorrer”, diz a vereadora

A disparidade salarial entre homens e mulheres no Brasil ainda é uma realidade alarmante, segundo dados recentes analisados pelo jornal Folha de S. Paulo com base na Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2022. A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Salvador, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), conhecida por seu trabalho em prol da igualdade de gênero e raça, expressou sua indignação e preocupação com os números revelados.

De acordo com o levantamento, homens chegam a ganhar até 3,9 vezes mais que mulheres em ocupações idênticas. A diferença é especialmente notável em cargos de liderança. Por exemplo, em posições como gerente financeiro, de crédito ou de vendas, ou diretor administrativo ou geral, a remuneração dos homens pode ser de 1,8 a 3,4 vezes superior à das mulheres.

“Os dados são chocantes e mostram que, apesar dos avanços que conquistamos nos últimos anos, ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A diferença salarial não é apenas uma questão de injustiça econômica, mas também um reflexo de um sistema estrutural que precisa ser urgentemente reformado”, disse Ireuda.

Disparidade

A vereadora destacou a gravidade da situação ao analisar o caso dos diretores financeiros, onde a disparidade é mais acentuada. O valor mediano do salário/hora de um homem nesse cargo é de R$ 85,24, enquanto o de uma mulher é de apenas R$ 21,86. Dos 6.903 profissionais ocupando essa posição em 2022, 56,4% eram homens e 43,5% eram mulheres.

“Esses números mostram que as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas para alcançar posições de liderança e são subvalorizadas quando conseguem. Precisamos de políticas públicas mais eficazes e de um compromisso real das empresas para promover a equidade salarial”, afirmou a vereadora.

Ireuda também ressaltou a importância de discutir e enfrentar o machismo que permeia o ambiente corporativo. “As empresas devem adotar práticas de transparência salarial e promover programas de mentorias e capacitação para mulheres. Além disso, é importante que as mulheres tenham voz ativa nas decisões estratégicas das organizações”, acrescentou.