Vereadora destaca conquistas e alerta para o “feminicídio silencioso”
Para a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara Municipal de Salvador, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), o Mês da Mulher (março) é uma oportunidade para celebrar diversos direitos conquistados ao longo do último século: a possibilidade de votar, estudar, adentrar o mercado de trabalho, espaços de poder e liderança. “Agora, a missão é lutar para que esses direitos sejam ampliados, ao mesmo tempo combatendo a violência e o machismo”, afirma.
Neste mês, Ireuda e o colegiado que preside lançam a campanha “Marias, salvem suas vidas!”, com o objetivo de alertar para o feminicídio, que, conforme a vereadora, cresceu 2% no ano de 2020. Para além do assassinato cometido pelos companheiros, a parlamentar alerta para um tipo de feminicídio que ocorre de maneira mais lenta e silenciosa: Pesquisas mostram que grande parcela das vítimas de violência doméstica desenvolve problemas psicológicos e emocionais, como depressão e ansiedade, levando, por exemplo, ao suicídio.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil, a violência doméstica é a principal causa de quadros depressivos e de suicídio entre as mulheres. Outra pesquisa mostra que a violência doméstica e o estupro são a sexta causa de morte ou incapacidade física em mulheres de 15 a 44 anos, mais do que câncer, acidente ou guerra.
“Além disso, as mulheres imersas nesse contexto tóxico também podem desenvolver comportamento agressivo, alimentando um círculo vicioso de violência cujo desfecho é quase sempre trágico para elas”, diz Ireuda. “Há um feminicídio silencioso em curso para o qual precisamos olhar e pensar políticas que vão além da punição aos agressores. É preciso cuidar das vítimas”, acrescenta.
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