Nesta semana os principais meios de comunicação da Bahia divulgaram que preso na Operação Ragnarok, o empresário Paulo de Tarso Carlos, dono da Biogeoenergy, uma das empresas envolvidas na compra fraudada de respiradores pelo Consórcio Nordeste, revelou em depoimento à Polícia Civil que teria recebido uma proposta de superfaturamento de insumos de combate ao coronavírus do superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
No depoimento obtido pelo site Bahia Notícias com exclusividade, Paulo de Tarso narra que após ter se reunido com Leão, o superintendente Deraldo Alves lhe chamou para uma outra sala e, numa conversa particular, lhe ofereceu um negócio relativo a “superfaturamento de equipamentos de proteção individual” usados no combate ao coronavírus.
De acordo com o empresário, Deraldo propôs que a Biogeoenergy elevasse o preço dos insumos em 50% na venda para o estado. “Esclarece, a título de exemplo, que comercializa o kit teste por R$ 100 (cem reais) e que a proposta de Deraldo seria de que a Biogeoenergy elevasse o preço R$ 150 (cento e ciquenta reais)”, consta no depoimento.
Ainda de acordo com o relato de Paulo, ele não aceitou a proposta em questão. “Soube, posteriormente, que o Governo chegou a adquirir kits por R$ 180 (cento e oitenta reais) através de outras empresas”.
Deraldo foi nomeado para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) em julho de 2019, após a chegada do vice-governador João Leão na pasta. Ele era assessor do deputado estadual Zé Cocá (PP), pré-candidato a prefeito em Jequié.
Políticos do Sul da Bahia