Junho Vermelho: como a doação de sangue pode salvar vidas? Saiba como doar  

Kelly Sampaio, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Unime Anhanguera ressalta a importância do ato, que pode salvar até 4 vidas, segundo o Ministério da Saúde 

Hemoba está com estoque baixo e considerado crítico neste mês de junho, haja vista que dos 8 tipos sanguíneos, 3 não são suficientes para atender o Estado pelos próximos dias

A doação de sangue é um ato de solidariedade e de extrema importância que salva vidas e melhora a saúde de muitas pessoas. A ação é crucial para tratar vítimas de acidentes, desastres naturais, e outras emergências que causam perda de sangue significativa. Cirurgias, especialmente as de grande porte, requerem transfusões de sangue para garantir a sobrevivência do paciente e o sucesso do procedimento. 

E neste mês é celebrado o Junho Vermelho, uma campanha de conscientização sobre a importância do ato de doar sangue. Segundo o Ministério da Saúde (MS), uma bolsa pode salvar até quatro vidas e, por ano, são realizadas cerca de 3,3 milhões doações de sangue no Brasil. Isso corresponde a taxa de doação de 16 pessoas por mil habitantes. Mesmo que o percentual de 1,6% esteja dentro dos parâmetros recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de que pelo menos 1% da população seja doadora de sangue, o MS trabalha constantemente para aumentar esse índice e conscientizar mais pessoas para serem doadores regulares, mantendo assim os estoques de sangue em níveis seguros.  


Em Salvador, de acordo com o Hemoba, Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia, apesar de 2023 apresentar e um aumento de 8,27% de voluntários à doação de sangue em relação a 2022, este mês de junho de 2024, devido às comemorações de São João, o número de doadores diminuiu consideravelmente. Atualmente, a Fundação está sob estado crítico, haja que vista que dos 8 tipos sanguíneos, 3 não são suficientes para atender o Estado pelos próximos dias. O Hemoba recebeu em 2023 130 mil doações e possui mais de 400 clientes cadastrados para atender a capital e diversas cidades da região.  

Segundo Kelly Sampaio, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Unime Anhanguera doar sangue é um gesto altruísta que demonstra preocupação e empatia pelo próximo. A especialista explica, que a doação de sangue em si não evita doenças diretamente, mas desempenha um papel crucial no tratamento e manejo de várias condições médicas e emergências. “Ao fornecer componentes sanguíneos essenciais, a doação de sangue ajuda a prevenir complicações graves e auxilia na recuperação de pacientes com diversas doenças”, enfatiza.  

A docente da Unime Anhanguera aponta as principais doenças ou problemas que necessitam da doação. Confira:  


Anemia Grave: A anemia é uma condição em que o corpo não tem glóbulos vermelhos suficientes para transportar oxigênio adequadamente. Transfusões de glóbulos vermelhos podem ajudar a aumentar os níveis de hemoglobina e melhorar a capacidade de transporte de oxigênio no sangue, aliviando os sintomas de anemia grave; 

Doenças Hematológicas como Leucemia e Linfoma: Estas são formas de câncer que afetam o sangue e a medula óssea. Pacientes com leucemia e linfoma frequentemente necessitam de transfusões de sangue e plaquetas para substituir células destruídas durante o tratamento com quimioterapia e radioterapia; 

Doenças Crônicas como a Doença Falciforme, uma doença genética que causa a deformação dos glóbulos vermelhos e Talassemia, um grupo de doenças hereditárias que afetam a produção de hemoglobina. Transfusões regulares de sangue são necessárias para manter níveis adequados de glóbulos vermelhos e prevenir complicações como crises de dor e danos aos órgãos; 

Hemorragias Graves como Traumas e Cirurgias: Grandes perdas de sangue podem ocorrer devido a acidentes graves ou durante procedimentos cirúrgicos complexos. Transfusões de sangue e seus componentes ajudam a repor o volume sanguíneo e estabilizar pacientes nessas situações; 

Complicações na Gravidez e Parto: Uma das principais causas de mortalidade materna é a hemorragia pós-parto. Transfusões de sangue podem ser vitais para salvar vidas de mães que experimentam sangramento excessivo durante ou após o parto; 

Doenças Oncológicas: Pacientes com câncer frequentemente precisam de transfusões devido aos efeitos colaterais da quimioterapia e da radiação, que podem afetar a produção de sangue na medula óssea. Transfusões ajudam a manter os níveis de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas, melhorando a capacidade do corpo de combater infecções e reduzir a fadiga; 

Distúrbios da Coagulação como a Hemofilia, uma condição genética que afeta a capacidade do sangue de coagular. Transfusões de plaquetas e fatores de coagulação são essenciais para prevenir e tratar sangramentos excessivos em pacientes com hemofilia; 

Queimaduras Graves: Elas podem danificar a pele e os tecidos subjacentes, levando à perda de fluidos e proteínas. Transfusões de plasma são usadas para repor proteínas e ajudar na coagulação sanguínea, além de manter a pressão sanguínea e volume de sangue adequados; 

Infecções Graves e Sepse: Infecções graves podem levar à sepse, uma resposta inflamatória extrema do corpo. Transfusões de componentes sanguíneos, como glóbulos vermelhos e plasma, podem ser necessárias para suportar a função orgânica e combater a infecção. 

Por fim, Kelly Sampaio ressalta que o fornecimento contínuo de sangue seguro e de qualidade é essencial para o funcionamento dos sistemas de saúde e para atender às necessidades dos pacientes em todo o mundo. Qualquer pessoa com idade entre 16 e 69 anos e acima dos 50kg pode doar.  

Para informações sobre os horários de atendimento das 21 unidades de coleta no interior do estado, consulte o site da Hemoba: hemoba.ba.gov.br