Líder do grupo admite manipulação e investigação aponta lucro de R$ 700 mil em rodada, diz TV

Mensagens de áudios e trechos de vídeos de depoimentos que fazem parte do inquérito da Operação Penalidade Máxima, que investiga manipulação de resultados no futebol brasileiro, divulgados pela TV Globo neste domingo (14) mostram que a quadrilha de apostares chegou a obter lucro de R$ 700 mil em uma rodada, sem especificar de qual campeonato.
 

“Nós temos elementos aqui que, em apenas uma rodada, o lucro que os apostadores tiveram foi de R$ 700 mil”, disse à emissora o Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás (MP-GO).
 

O promotor descreveu que o esquema era liderado por Bruno Lopes, que se apresentava como empresário de jogadores. Os suspeitos se dividem em dois núcleos: o dos apostadores, que aliciavam atletas para forjar lances durante as partidas e que ainda faziam as apostas online e o núcleo dos financiadores, que forneciam dinheiro para o pagamento dos jogadores aliciados.
 

A TV exibiu um trecho do depoimento de Bruno no qual ele relata que gastou cerca de R$ 400 mil entre as apostas e o aliciamento de jogadores.
 

Bruno Lopes chegou a ser preso e reconheceu manipulações de resultados. Em nota, a defesa de Bruno afirmou que “as acusações serão formal e processualmente respondidas no momento oportuno.”
 

Ainda segundo a emissora, quando um jogador não cumpria o que havia combinado com a quadrilha, o grupo de apostares entrava em desespero pois, segundo o MP-GO, eles esperavam por um lucro milionário, mas acabavam com prejuízo.
 

“Na antepenúltima rodada da série A do Campeonato Brasileiro, foram múltiplas apostas realizadas. E se esperava num dos grupos receber um lucro de R$ 2 milhões por essas apostas”, disse o promotor do MP.
 

Em uma troca de mensagens exibida pelo canal, um dos integrantes do grupo ainda não identificado aparece com uma arma anunciando qual seria sua atitude caso um jogador não fizesse o combinado.
 

“Falar pra ele aqui, fio. Essa aqui [mostrando uma bala de revólver] é pra você. Essa aqui é pra sua irmã. É, viado. Aqui com ‘nós’ é só assim. Venha!”, diz o homem uma das mensagens com ameaças.

Folhapress