PEQUIM/DUBAI – Líderes das 20 maiores economias (G20) estão debatendo neste fim de semana como distribuir vacinas, medicamentos e testes para a Covid-19 em todo o mundo para que os países mais pobres não sejam deixados de fora enquanto as nações procuram caminhos para gerenciar uma recuperação pós-coronavírus.
Os líderes estão realizando um encontro virtual de dois dias via videoconferência por conta da pandemia, sob a presidência da Arábia Saudita, que mantém a presidência rotativa do G20 até o final de novembro.
A pandemia de Covid-19, que lançará a economia global em uma recessão profunda este ano antes de uma recuperação econômica esperada em 2021, está no topo da agenda.
Em seu discurso de abertura aos líderes do G20, o rei Salman bin Abdulaziz, governante saudita de 84 anos, enfatizou a necessidade de acesso equitativo às ferramentas para combater a Covid-19, incluindo vacinas.
“Devemos trabalhar para criar as condições de acesso equitativo e a preço acessível dessas ferramentas para todos os povos. Ao mesmo tempo, devemos nos preparar melhor para qualquer futura pandemia”, afirmou.
Os líderes do G20 temem que a pandemia possa aprofundar ainda mais as divisões globais entre ricos e pobres.
“Precisamos evitar a todo custo um cenário de um mundo de duas velocidades, onde apenas os mais ricos podem se proteger contra o vírus e reiniciar uma vida normal”, disse o presidente francês Emmanuel Macron durante a cúpula.
Para isso, a União Europeia exortou os líderes do G20 a investir rapidamente mais dinheiro em um projeto global de vacinas, testes e tratamentos batizado de Acelerador de Acesso às Ferramentas para Covid-19 (ACT Accelerator).
“Na cúpula do G20, pedi 4,5 bilhões de dólares a serem investidos no ACT Accelerator até o final de 2020 para aquisição e entrega de testes de Covid-19, tratamentos e vacinas em todos os lugares”, disse a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no Twitter.
“Precisamos mostrar solidariedade global”, afirmou ela.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ofereceu fornecer a vacina russa contra o coronavírus, a Sputnik V, a outros países e disse que Moscou também está preparando uma segunda e uma terceira vacina.
A China, onde a pandemia teve origem há um ano, também se ofereceu para cooperar nas vacinas. O país tem cinco candidatas a vacina que estão passando pela última fase de testes.
“A China está disposta a fortalecer a cooperação com outros países em pesquisa e desenvolvimento, produção e distribuição de vacinas”, disse o presidente chinês Xi Jinping.
“Vamos … oferecer ajuda e apoio a outros países em desenvolvimento e trabalhar duro para tornar as vacinas um bem público que os cidadãos de todos os países possam usar e pagar”, acrescentou.
Fonte:Reuters / Foto:Divulgação/Reuters