Na tarde de hoje (22), a deputada estadual Ludmilla Fiscina (PV) apresentou à Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) uma moção de pesar pelo assassinato brutal da ialorixá e líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, ocorrido na última quinta-feira, em Simões Filho.
No documento, Fiscina ressaltou a importância de Mãe Bernadete como mulher negra, líder quilombola e nas causas que defendia. “Uma mulher de personalidade forte, que se transformou em uma luz brilhante na luta contra a discriminação, contra o racismo e a marginalização, atuava de forma presente na expectativa de solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho do Quilombo, enfrentando todas as dificuldades que uma mãe negra de vida difícil pode enfrentar na busca por justiça e pela dignidade de seu filho. E agora, por ironia do destino, foi silenciada”, lamentou a deputada, ao que acrescentou.
“Assim como todas as mulheres de luta e coragem, Mãe Bernadete desafiou o sistema e colocou seu corpo e sua voz na defesa de uma causa com a qual tinha um compromisso inabalável. Para ela, ser quilombola era ser resistência porque, na verdade, o Brasil se caracteriza por sua diversidade étnica e cultural, mas acima de tudo pelas diferenças regionais e acentuada desigualdade social. Veja-se, por exemplo, que a titulação do quilombo liderado por ela ainda nem tinha sido concluída, apesar de o espaço ter sido certificado há quase uma década”, relatou a deputada.
Mãe Bernadete foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho e assumia a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Nas terras quilombolas da sua comunidade vivem 290 famílias e 120 agricultores. Sua história de vida estava intrinsecamente ligada à defesa da cultura popular quilombola, sobretudo por meio da paixão pela dança de São Gonçalo e pelo Baile Pastoril Queimada da Palhinha.