Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM) avaliou como positiva a junção do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e do governador da Bahia, Rui Costa (PT). Os dois são adversários políticos, mas têm trabalhado em conjunto durante a pandemia do coronavírus.
“O governador da Bahia e o prefeito Antônio Carlos são adversários políticos, não inimigos. Tiveram um enfrentamento político que é saudável e da democracia. Nesse momento da pandemia, óbvio que a política não é prioridade. Eles têm dado bons exemplos mostrando que a união de esforços gera bons resultados. Os dados da Bahia mostram isso. É um bom resultado, claro que não o ideal em frente a uma pandemia dessa. Acho que a Bahia pode ser um bom exemplo para o governo federal e para outros estados que estão tendo conflitos. Em momentos como esse, eu fico pensando como alguém pode ficar pensando em eleição”, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole.
Maia disse torcer para que o governo federal coordene questões da pandemia – o que não fez ainda, mesmo 4 meses após a chegada da doença no Brasil. “O bom era que a articulação fosse completa, mas não é. É um dado da realidade, vamos trabalhar com o que nós temos. Vamos torcer para que o ministro, mesmo não sendo da área de Saúde, consiga, daqui para frente, avançar nos testes. Acho muito importante o governo coordene essa questão da testagem. Tem medicamentos em algumas regiões faltando e que ele consiga manter essa coordenação com o Ministério da Saúde”.
Completou: “Acho que o governo não encontrou um caminho para superação da crise. Certamente está formulando e debatendo, a gente espera que o governo consiga organizar isso de forma mais rápida. Tem coisas que passam pelo parlamento, mas mais do que o parlamento, a forma do governo federal enfrentar essa crise em todos os âmbitos é que vai ajudar na retomada do crescimento”.
Relação com Bolsonaro
Contaminado pelo coronavírus, o presidente Bolsonaro segue em isolamento. Maia, durante a entrevista, desejou pronta recuperação ao chefe do Executivo e disse que tem “relação de respeito” com ele. “Tem pessoas que têm relação de afinidade e pessoal, outras não. Eu acho que minha relação com o presidente, que em outros momentos foi pior, é uma relação saudável. Não é de proximidade, mas de respeito e naquilo que é fundamental eu converso ou com ele ou com os ministros da articulação política”.
Fonte: Metro1 / Foto:Agência Brasil