Marta Rodrigues critica política de preços da Petrobras

“Precisa mudar urgente para atender a realidade brasileira”, diz vereadora

A vereadora Marta Rodrigues (PT) reforçou, na quinta-feira (13), a urgência da Petrobras rever a política de preços que tem tornado os valores dos combustíveis incompatíveis não só com a realidade da renda da população brasileira, mas também com as características de produção do Brasil.

Ela afirma que é preciso mobilizar pela agilidade na reforma do Conselho Representativo da empresa, capaz de mudar essa política.  “Não existe lei, mas o conselho estabeleceu isso. Antes disso, a lei das estatais estabelece que tem que ser preço de mercado, sem dizer exatamente de que mercado”, disse a parlamentar.

Segundo ela, o modelo de paridade de importação adotado pelo governo Temer e mantido por Bolsonaro, é um golpe na população, pois não condiz com a realidade do Brasil, país que produz mais para consumo próprio. “Pagamos por um produto produzido e consumido aqui com valor de importação”, pontua Marta.

Para a vereadora, a política de preços é um escárnio, pois nitidamente transfere riquezas nacionais para os acionistas minoritários da Petrobras, a maioria deles fundos estrangeiros que operam nas bolsas internacionais. “Pagamos por um produto produzido e consumido aqui com valor de importado, o preço que a população paga é meramente especulativo, incoerente com a realidade”, destaca.

Ela cita, por exemplo, a Acelen, pertencente ao grupo árabe, que privatizou a refinaria Landulpho Alves, e estabelece uma tabela de reajustes semanais seguindo este modelo. “A Acelen que só vende no Brasil, que não é importadora, a gasolina que ela produz e vende tem custos de importação que não existe”, ressalta Marta.

Conforme a vereadora, a população paga um preço pelos combustíveis que é meramente especulativo e incoerente.  “Se a Opep decidir aumentar o barril, aumenta, mas se a moeda desvalorizar, aumenta também. Como temos a combinação do preço do produto com o preço da moeda, a operação vai ser sempre para o aumento”, acrescentou.

De acordo com Marta Rodrigues, a sociedade civil organizada, os sindicatos e as associações têm feito um debate muito amplo sobre a importância da Petrobras reformar seu Conselho Administrativo. “Este momento é crucial para pressionarmos para que ela volte a ser uma empresa estatal compromissada com o desenvolvimento econômico e social do povo brasileiro, pois ela é fundamental na promoção de dignidade, cidadania e direitos humanos, em promover renda, melhoria de vida e combate a fome e a pobreza”, disse, fazendo coro ao presidente da Aepet-Ba Marcos André.