Espetáculo trata dos desafios universais enfrentados pelas mulheres ao longo do tempo
O espetáculo Medeia em Carne Viva, que aborda questões relativas às opressões do feminino, estreia temporada virtual, com a atriz Andréia Fábia, a partir do dia 14 de março, no canal do Youtube(https://www.youtube.com/channel/UC_d0I-2dZRq1zSZ_FaAjg5w) , Instagram (medeiaemcarneviva) e Facebook (@MedeiaEmCarneViva) simultaneamente, às 18h, com apresentações transmitidas ao vivo nos dias 19, 21, 26 e 28, no mesmo horário, e re-exibições às 19h nos dias 17,18, 24 25 e 31 de março, seguidos de bate-papos com a equipe técnica. Nesse novo formato, o monólogo, que traça paralelos entre os desafios enfrentados pelas mulheres na contemporaneidade a partir de fragmentos retirados do texto “Medeia” – clássico de Eurípedes-, conta com tradução em libras nos dias 24 e 31.
Dirigida e escrita por Juliana Roiz, Medeia Em Carne Viva, tem sua montagem pela primeira vez transportada do espaço cênico teatral para uma ambientação realista, criando uma atmosfera ainda mais intimista, ao convidar o público a rever conceitos e desfazer preconceitos em prol de uma sociedade mais inclusiva, segura, e digna para todas, todes e todos viverem.
É na cozinha, esse espaço ainda pré-concebido como lugar do feminino, onde os homens tradicionalmente não adentram, que é debatida as problemáticas contemporâneas e históricas pertinentes às questões de gênero, em especial as relacionadas ao papel tradicionalmente designado às mulheres na sociedade. “Medéia é sem dúvida o retrato significativo do quanto a história pode ser perversa na desqualificação das subjetividades das mulheres”, explica Fábia, atriz que interpreta Medeia.
Enquanto cozinha, a atriz se conecta com público e partilha visões sobre temas como desigualdades existentes entre os gêneros, machismo e violência doméstica. Intercalando momentos de performance dramática, com um papo interativo, ela busca refletir junto sobre a opressão atemporal do feminino.
“Medeia é um exemplo emblemático do apagamento histórico de figuras femininas pelo patriarcado. Ao reler a obra clássica, que leva seu nome, conseguimos identificar similaridades na narrativa de mulheres que sofrem violências sociais estruturantes, principalmente, as mulheres negras”, diz a diretora e dramaturga Juliana Roiz.
Para Fábia, as “Medéias” da atualidade são as mulheres frequentemente apagadas, desqualificadas e subjugadas de suas existências. “Quem são essas mulheres que engrossam as estatísticas do feminicídio e da violência doméstica? Quais são as mais desassistidas socialmente? E, em maior número, criam seus filhos e filhas solitariamente?”, completou a atriz.
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.