Memórias do Teatro da Bahia estão em série Docudrama com lançamento 06 de abril

Projeto retoma a história do teatro baiano e mostra as várias faces das artes cênicas através de três etapas

Luz, câmera, ação! Com essa máxima, estreia, no dia  06 de abril, o III ato do projeto Memórias do Teatro da Bahia – galeria online (www.memoriadoteatrodabahia.com.br), que conta, através de atividades diversas, um pouco da história das artes cênicas no estado. Nesta última etapa, o projeto apresenta um Docudrama, construído a partir do repertório de reminiscências de artistas e colaboradores do teatro baiano.

As lembranças, apreendidas pelo ator, diretor, dramaturgo e idealizador do projeto, João Guisande, através de um longo processo de pesquisa, começaram a dar forma a dramaturgia da produção ainda em 2020, no início da pandemia.

A narrativa é dividida em cinco episódios: “Cena em Jogo”, “Dias Felizes”, “Castro Alves Gusmão”, “A Cor da Noite” e “Tiro Pela Culatra”. Neles, a escrevivência de diferentes personagens que contribuíram para a execução do Memórias do Teatro da Bahia mostram o quão potente é a cena no estado. A produção seriada segue disponível para o público na plataforma online. 

Segundo o ator e dramaturgo João Guisande, que é um dos diretores do docudrama, a produção vai apresentar outras vivências e contos que não foram vistas na leitura dramatizada feita no ato I. “Nós migramos algumas cenas do texto teatral Quem Somos Nós, escrito por mim, para essa versão audiovisual, pensando em brincar com as diversas possibilidades que temos de contar a mesma história. No docudrama aparecem também novas histórias, revelando mais nomes, espetáculos e curiosidades da produção do teatro da Bahia”, explica Guisande.

Assim como em um documentário, o mundo real entra na série-espetáculo de maneira que a Covid-19, implacável para com o campo das artes e da cultura, também é retratada. Forma e conteúdo refletem e são reflexo da pandemia. O elenco é formado por Bárbara Laís, Fernanda Beltrão, Fernando Antônio, Iana Nascimento, Marcos Lopes e Luisa Muricy.

“Assumimos nos cinco episódios do docudrama que estamos vivendo uma pandemia. Os roteiros foram pensados dentro de uma logística que evitasse aglomeração e o uso da máscara em algumas cenas é imprescindível. Assim como uma estrutura de plástico que separa os atores em algumas situações. A intenção foi também trazer o contexto difícil que vivemos para cena. E não driblar a pandemia como se ela não existisse. Já é um registro forte do momento que vivemos”, acrescenta João Guisande.

Bárbara Laís comenta que a participação no projeto se intersecciona com a sua própria história como jovem atriz, mulher preta e interiorana. Para ela, mergulhar na história do teatro baiano é entender que há um legado e uma sucessão de acontecimentos que se conectam com a atualidade. “É descobrir personalidades e se identificar com elas. É entender que não estamos sozinhos. É olhar para trás e ver inúmeras pessoas, de diferentes lugares, em diferentes momentos da nossa história, criando e fazendo teatro”, discorre. 

“O processo de trabalho do projeto Memórias do Teatro da Bahia me reconectou ao meu ofício. Me fez lembrar que artista eu quero ser, me fez lembrar de nunca esquecer de onde eu vim. Hoje, eu sei que, durante a minha caminhada, se um dia eu não souber para onde ir, eu saberei para onde olhar”, define Bárbara.

O Docudrama é uma homenagem ao ecossistema teatral, seus protagonistas e para perspectivas até mesmo invisibilizadas. No âmbito da fotografia, o docudrama se deu  de forma livre e experimental. A ambivalência entre cena e bastidor foi um dos limiares explorados e uma das fronteiras que se tornaram identificáveis na obra. 

A diretora de fotografia Rana Tosto, responsável por esta questão na narrativa seriada, diz que diferentes propostas cinematográficas, explorando os corpos, luzes, histórias e espaços foram experienciadas. “Foi meu primeiro contato próximo com o teatro, e apesar de, para muitos, também ser o primeiro contato com o audiovisual, este encontro se fez necessários para explorarmos os limites da criatividade e produzirmos um conteúdo incrível”, provoca.

A ficha técnica do Docudrama conta com a assinatura do cineasta Ronei Jorge, que divide a direção com Guisande, além da roteirização e assistência de direção de Sandro Souza. 

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.