Vice de Lauro de Freitas traiu a chapa Rosalvo/Naide e apoiou a oposição
“Decepcionada e traída!” Essa foi a expressão utilizada pela prefeita Moema Gramacho (PT), de Lauro de Freitas, para traduzir o sentimento em relação ao vice-prefeito Vidigal Cafezeiro (Republicanos), que no último sábado (20) trocou a convenção da chapa Rosalvo/Naide pela da oposição, surpreendendo a todos.
Moema ressalta que quem deveria dar uma satisfação ao povo de Lauro de Freitas seria o próprio Vidigal e, junto, um pedido de desculpas com sua mudança repentina de postura. Mas, como não o fez, resolveu desabafar em uma nota pública sobre a traição. Segue, na íntegra, a manifestação da prefeita de Lauro de Freitas.
Desabafo de Moema
“Não podemos apontar exatamente o que levou o vice-prefeito, Vidigal Cafezeiro, a tomar essa atitude de nos trair e ir pra oposição, mesmo tendo participado do acordo que foi feito com todos os pré-candidatos a prefeito, em Lauro de Freitas, de que, qualquer um que fosse o escolhido, estariam todos juntos, conforme vídeo que está circulando nas redes sociais com essa fala dele próprio. O processo de escolha se deu de forma democrática e garantindo a todos(as) o direito de buscarem se viabilizar eleitoralmente na sociedade.
Entretanto, ao saber que o escolhido teria sido Rosalvo, Vidigal reagiu de forma revoltada e de lá para cá começou a tomar algumas atitudes que não parecia mais a mesma pessoa, completamente transtornado. Passou a se ausentar da Prefeitura e nem aparecia para conduzir a Defesa Civil, dentre outras atividades tão importantes que lhes foram confiadas, tornando-se muito ausente na gestão e nos eventos da Prefeitura.
Por mais que o chamássemos, ele não aparecia. A não ser quando me procurou para exigir uma secretaria, em abril deste ano, e eu ponderei com ele que não seria pertinente neste momento. A revolta dele foi tão grande que mudou até o seu comportamento, de um homem tranquilo e respeitoso para uma reação brusca comigo e saiu batendo a porta.
Mas, mesmo assim, nunca imaginei que ele fosse trair a mim que, confiando nele, o coloquei como titular de diversas pastas importantes tais como: Secretário de Planejamento, de Meio Ambiente, de Infraestrutura e de Saúde, ao longo desses anos, além de formarmos, juntos, a chapa vitoriosa em 2020, ele como vice-prefeito.
Mas não traiu só a mim, também ao Partido Republicanos, que lhe deu a legenda para ser vice-prefeito (e sequer conversou com seus presidentes municipal e estadual antes de debandar), traiu ainda aos seus colegas de gestão, aos vereadores(as) e, em especial, ao povo de Lauro de Freitas que o elegeu vice-prefeito em NOSSA CHAPA.
Porém, para mim, pior do que tudo isso foi ele ter jogado no LIXO uma amizade de tantos anos. Como saber, de fato, o que era verdade do que ele falava para mim e para todos(as) nós? Como se pode acreditar nele agora?”
Debaixo d´água
A surpresa de Moema com a traição de Vidigal foi ainda maior pela forma como o rompimento aconteceu, sem diálogo e deixando transparecer que a motivação foi puramente por interesse pessoal, por não ter sido escolhido como candidato à sua sucessão ou indicado para assumir uma nova secretaria. Ela reafirma que o processo de escolha foi democrático, tanto que a candidata a vice da chapa de Rosalvo, a vereadora Naide Brito, presidente da Câmara Municipal, é do mesmo partido de Vidigal, o Republicanos. E a chapa é composta por 16 partidos, embora a oposição tenha forçado a barra para tentar tirar alguns.
Além disso, a prefeita de Lauro de Freitas questiona afirmações do próprio vice, que em entrevista ao jornalista Matheus Morais, do In Off Cast, gravada recentemente, se definiu como um aliado de Moema “até debaixo d´água”. E garantiu ter “gratidão” por ela e orgulho de ter participado das quatro gestões. “Moema trabalha e trabalhou muito, 24 horas por dia, ela transformou Lauro de Freitas. E eu disse a ela que estivesse à vontade para escolher quem tivesse mais capacidade e competência para dar continuidade ao trabalho”, declarou Vidigal, garantindo que apoiaria qualquer que fosse o escolhido para compor a chapa.
Em outra entrevista, desta vez ao BNews, o ex-aliado reconhece que o processo de escolha do candidato à sucessão estava sendo tranquilo, sem pressão.