Molusco exótico, ‘dragão azul’ é encontrado em praia de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco e chega a outras praias do Nordeste

Biólogo membro do conselho da Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais acredita que ventos fortes podem ter trazido o animal, que vive em mar aberto, ao litoral.

Pequeno, colorido e exótico, um molusco conhecido como “dragão azul” foi encontrado por um banhista numa praia em Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, a poucos metros da areia. Segundo o biólogo Cláudio Sampaio, é possível que o animal tenha chegado até a orla devido aos ventos fortes registrados no fim de semana. (Veja vídeo acima)

Encontrado pelo bancário Tiago Lucena no sábado (20), o animal chamou a atenção pelo formato incomum e pelas cores. “Perguntei a todos os pescadores, eles nunca tinham visto. Vi que ele estava boiando e não estava morto”, contou ao G1.

O biólogo Cláudio Sampaio, membro do conselho da Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, que compreende praias de Pernambuco e Alagoas, afirma que o Glaucus atlanticus, como é conhecido cientificamente, vive em áreas longe da costa. “É um molusco mais comum em áreas abertas, que se alimenta de caravelas [águas-vivas]”, diz.

Segundo Sampaio, os ventos fortes registrados no fim de semana podem ter trazido o animal ao litoral pernambucano.

“Já encontrei esses animais na Bahia e em Alagoas e não me recordo se há registros em Pernambuco, mas é esperado. Ele é exótico, porque raramente é visto o litoral, mas como ele vive na superfície, o vento forte e o lixo trazem animais como esse até a praia”, conta.

O banhista que encontrou o molusco disse, ainda, que devolveu o animal à água. “Não tive coragem de tocar, porque era pequeno, molinho e bonito, então achei que seria venenoso”, lembra. 

O biólogo, no entanto, explica que o “dragão azul” não oferece riscos aos humanos. “Caso a população encontre um bicho como esse, é possível pegá-lo fazendo um formato de concha com as mãos para devolvê-lo à água”, orienta.

Sampaio também afirma que a população também pode procurar órgãos ambientais antes de devolver animais exóticos à água. “Mesmo mortos, alguns animais podem nos dar informações valiosas”, afirma.

Fonte: G1 / Foto:Tiago Lucena/Divulgação