Sem Terras de todas as regiões da Bahia entram em seu terceiro dia de marcha de Feira de Santana a Salvador para denunciar o aumento da violência no campo, paralisação da reforma agrária e o esvaziamento das funções do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pelo governo Bolsonaro. Ligado ao movimento, o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) afirma que a luta dos acampados e assentados envolve “terra, teto e pão”. “Vamos chegar em Salvador, primeiro para apresentar uma série de reivindicações ao governo do estado, mas também para denunciar o que vem acontecendo no Incra, aparelhamento da máquina pública e paralisação da reforma agrária pelo governo Bolsonaro. Só conseguiremos democratização do acesso à terra, caminhando, lutando e ocupando. O MST vai continuar ocupando e lutando neste Brasil pela reforma agrária popular”, descreve o parlamentar durante a marcha nesta quarta-feira (13).
No caminho de mais de 100km, os Sem Terras já plantaram mudas de árvores nativas, acamparam à beira da estrada, enfrentaram sol e chuva e o perigo do trânsito na BR-324 para seguir rumo à capital baiana em mais uma série de atividades do ‘Abril Vermelho’ após dois anos de pandemia. Para o dirigente nacional do MST, Evanildo Costa, “a marcha é o fortalecimento do sonho e da esperança. Estamos na Bahia, caminhando já no terceiro dia de marcha para protestar contra o genocídio no campo, contra a morte de Sem Terras – que tem acontecido na luta pela reforma agrária – como aconteceu em Eldorado dos Carajás. Temos de cobrar do governo federal para destravar a reforma agrária, que tem mais de 450 processos de desapropriação engavetados. Também pedir à sociedade que se mobilize contra a fome, contra a inflação e lute pelos seus direitos”.
A pré-candidata a deputada estadual e atual secretária nacional de Movimentos Populares do PT, Lucinha Barbosa, falou da união das regionais e da importância da luta coletiva para os debates e para a implementação de novas políticas rurais que ajudem a levar infraestrutura básica para assentamentos e acampamentos. “A terra precisa servir ao seu propósito social destacado na Constituição e colocar o povo para produzir alimentos saudáveis. E é isso que o MST faz em todo o país. É referência para a agroecologia e para o processo de produção sem venenos, elevando a saúde do nosso povo. Vamos seguir na marcha e reforçar as trincheiras de luta do movimento e contra esse governo genocida que tem como seu interlocutor o presidente Bolsonaro”, salienta. A Marcha Estadual do MST deve chegar em Salvador na próxima terça-feira (19) com mais de 3 mil pessoas.
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