Edição deste ano ocorreu de forma virtual, sem público, por causa da pandemia do novo coronavírus
A pandemia do novo coronavírus tem obrigado inúmeros setores de serviço, comércio e ambiente de trabalho a se reinventar. Com o Prêmio Maria Felipa, que chega à 11ª edição, não foi diferente. Já com o costume de inovar nos anos anteriores, neste ano mudou o formato e foi realizado de forma virtual, transmitido às 16h de sábado (25) pelas redes sociais da vereadora Ireuda Silva (Republicanos) e pela TV Câmara Salvador. O evento foi marcado por espírito de celebração e resistência, emocionando os participantes.
Criado há 10 anos pela ex-vereadora Vânia Galvão, a honraria também já esteve a cargo da ex-vereadora e ex-deputada federal Tia Eron. O objetivo é reconhecer a atuação de mulheres negras em prol da autoafirmação, da luta por espaços e contra a discriminação racial. Neste ano, foi realizado no Teatro Jorge Amado, na Pituba, sem a presença do público e seguindo todos os protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias.
De acordo com Ireuda, houve uma grande possibilidade de o prêmio não acontecer. Porém, após várias semanas de planejamento, esforço conjunto e conversas com médicos e outros profissionais da área da saúde, chegou-se à ideia de um formato que permitiu a realização do evento de forma segura, mantendo a tradição de enaltecer as mulheres negras que se destacam na luta contra o racismo.
“Na edição passada, falei: ‘Espero que ano que vem não seja diferente’. Mas quem poderia imaginar que, em pleno 2020, estaríamos atravessando a maior crise sanitária dos últimos 100 anos? Mas, apesar dessas dificuldades que independem da nossa vontade, nos esforçamos para ressaltar o protagonismo daquelas guerreiras, que garantiram o brilho do evento mesmo sem a presença do público”, afirmou Ireuda, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação.
Ainda de acordo com a vereadora, o Prêmio Maria Felipa firmou-se de vez como uma das principais iniciativas voltadas para o reconhecimento e a valorização de mulheres negras com trajetórias de destaque. “O fato de termos conseguido levar adiante a 11ª edição em um momento tão complicado, ganhando forte adesão das premiadas, dos espectadores e de tantas outras pessoas envolvidas direta e indiretamente na produção, demonstra a solidez que o projeto adquiriu. Há consciência formada de que o talento e a perseverança dessas guerreiras não devem ser menosprezados”, acrescentou.
Premiadas
Com biografias ricas, cada uma das homenageadas discursou sobre suas respectivas trajetórias, ressaltando a importância de enfrentar os obstáculos impostos pelo machismo e pelo racismo institucional. Neste ano, 12 nomes integram a lista de premiadas: Ana Amélia (médica oncologista), Ashley Malia (jornalista), Flávia Barreto (major da PM, Ronda Maria da Penha), Carolina Santana (guarda municipal), Juliana Galvão (psicóloga), Luana Assis (jornalista), Noemia Araújo (liderança comunitária), Charlene da Silva Borges (defensora pública federal), Jeane Cordeiro de Oliveira (empresária), inspetora Amado (Guarda Municipal), Carol Barreto (estilista), Maria das Graças (marisqueira) e Ana Teles (empreendedora).
O evento também foi marcado por uma homenagem à vereadora, feita por sua assessoria, com a mensagem: “Vereadora Ireuda Silva, você representa a força e a garra das mulheres negras do Brasil. Sua responsabilidade, dedicação e luta pelos direitos das mulheres fazem de você uma heroína da história. Nós a parabenizamos pelos seus quatro incansáveis anos de mandato e temos certeza que fará muito mais pelas mulheres negras do Brasil”.
Secom CMS / Foto:CMS