Na Bahia, cadeia produtiva da cana-de-açúcar tem indicadores positivos na safra 2023/24

Dados consolidados da cadeia produtiva da cana-de-açúcar colocam o estado da Bahia como o segundo maior produtor da Região Nordeste, com destaque para a produção de etanol e açúcar. O incremento na safra 2023/24 é influenciado pela alta na produção das commodities em relação à safra passada, informa a Conab. A estatal espera expansão de 15,5% da área plantada, enquanto a produtividade deve crescer 1.1%. Já a produção deve ter alta de 16,8%, se aproximando das 5,5 milhões de toneladas.

“A Bahia já é líder em geração de energia limpa no Brasil e os esforços do Governo do Estado para diversificação de nossas matrizes energéticas passam pela ampliação da capacidade de processamento da cana, que pode tanto servir para produção de alimentos, como para a indústria e a geração de energia. Por isso, estamos atentos ao novo momento do setor e articulando com os diversos atores dessa área a expansão das atividades em solo baiano”, comentou o secretário da Agricultura, Wallison Tum.

A busca pelo aumento da área cultivada é parte do plano de modernização das unidades de produção, que preveem o aumento da capacidade de processamento industrial, a colheita mecanizada, além da comercialização de créditos de carbono e aumento da produção de etanol para os próximos anos no estado.

“Nosso plano de negócios prevê incremento na produção de etanol anidro e hidratado nos próximos anos, preenchendo a capacidade instalada da indústria até 2027. Toda a produção será destinada ao mercado baiano de combustíveis”, destaca Sérgio Paranhos, proprietário do Grupo Paranhos.

Hoje, a Bahia está consolidando o setor sucroenergético no estado. Além de cases já consolidados no mercado baiano, como a Agrovale, instalada em Juazeiro, norte baiano, e a Bahia Ethanol, localizada na cidade de Ibirapuã, extremo-sul do estado, há, em ascensão, a Serpasa Agroindustrial, pertencente ao Grupo Paranhos. Instalada no município de Muquém do São Francisco, no oeste, é pioneira na produção de energia limpa, etanol e eletricidade, gerando 1,2 mil empregos, com previsão de chegar a 7,2 mil vagas.

Com potencial de absorver 20% do consumo de álcool da Bahia, a destilaria tem capacidade para produzir 2 milhões de toneladas de cana/safra, 400 mil litros de etanol hidratado, 180 mil litros de etanol anidro diariamente, além de 12,5 MW de energia. A chegada do empreendimento ao Médio São Francisco é resultado de um protocolo de intenções assinado entre os investidores e o Estado, em 2019. A inciativa resultou em investimentos de aproximadamente R$ 250 milhões na região.

Mercado – Segundo o Boletim de Safra da Cana-de-Açúcar divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com relação ao mercado externo há uma perspectiva otimista de novos ganhos com as exportações dos produtos derivados da cana na safra 2023/24. Essas boas perspectivas não estão relacionadas apenas com a estimativa de aumento da produção da cultura. Para o açúcar, as cotações no mercado externo registram uma alta de 5% na comparação com o ciclo anterior, e em movimento de reajustes positivos desde meados de 2020, cenário influenciado pela oferta global restrita. Outro fator importante que impacta nos preços tanto do açúcar quanto do etanol é o comportamento das cotações do petróleo, influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Fonte/Foto:Seagri/Divulgação