Dia Mundial da Sepse chama a atenção para uma das principais causas de mortalidade hospitalar, de acordo com a OMS
A sepse, também conhecida como septicemia ou infecção generalizada, é uma resposta inflamatória grave decorrente de uma infecção, que pode causar danos em múltiplos órgãos. Geralmente, resulta de infecção bacteriana, viral ou fúngica, podendo levar o indivíduo à morte ou deixar sequelas graves.
A pandemia de COVID-19 também contribuiu para o aumento dos casos de sepse, especialmente entre pacientes gravemente afetados pelo vírus. Além da alta taxa de mortalidade, muitos sobreviventes enfrentam sequelas físicas, emocionais e cognitivas significativas.
No Dia Mundial da Sepse, comemorado em 13 de setembro, a atenção se volta para um grave problema de saúde pública: o Nordeste do Brasil ocupa a segunda posição no ranking nacional de óbitos por sepse, ficando atrás apenas do Sudeste do país. Os dados foram divulgados pela Revista de Saúde Pública (RSP) com base na “Análise de tendência de mortalidade por sepse no Brasil e por regiões de 2010 a 2019”.
Apesar do estudo levar em consideração os dados brasileiros, a sepse desperta uma preocupação global. A cada 2,8 segundos, uma pessoa morre em decorrência da respectiva patologia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sepse é responsável por aproximadamente 11 milhões de mortes anuais, sendo uma das principais causas de mortalidade hospitalar.
Coordenador médico da Clínica Florence, Silas Lucena, ressalta que: “O Nordeste, infelizmente, se destaca de forma negativa no cenário nacional quando falamos de óbitos por sepse. Nossa missão é reverter essa situação com cuidados pós-sepse adequados e eficientes”. A instituição adota uma abordagem multidisciplinar na reabilitação de pacientes que sobreviveram à sepse, oferecendo suporte médico, fisioterapêutico, psicológico e nutricional. Cada plano de tratamento deve ser personalizado, levando em conta as necessidades individuais e o histórico de cada paciente.
A elevada taxa de mortalidade por sepse no Nordeste evidencia os desafios estruturais na região e também a necessidade de uma abordagem abrangente que vá além do tratamento imediato, destacando a importância da reabilitação. Para muitos pacientes, sobreviver à sepse é apenas o começo de uma jornada que inclui sequelas debilitantes, como fraqueza muscular, comprometimento cognitivo e complicações respiratórias. Diante disso, diretrizes globais recomendam que pacientes que ficaram internados em UTI por mais de três dias sejam encaminhados para um programa de reabilitação pós-hospitalar.
“A reabilitação pós-sepse é tão importante quanto o tratamento. Se ela for precoce e intensiva, irá ajudar a minimizar os impactos da doença e permitir que o paciente retorne às suas atividades cotidianas com plenitude, além de reduzir os riscos de novas complicações e hospitalizações”, reforçou Silas Lucena.
O alerta tem o objetivo de diminuir as taxas de mortalidade e promover maior qualidade de vida para milhões de pessoas no mundo.