Por Pedro Barroso *
Não é só a escola ou grupo de amigos que enriquece o vocabulário do orador. O lar e os livros influenciam muito mais. Porém, é através da leitura que se pode expandir infinitamente o seu mundo lexical.
Um dos grandes fatores da deficiência na comunicação é a ausência de um abundante e ativo volume de vocábulos. E, quando convivemos num ambiente em que a cultura acadêmica é bastante limitada, consequentemente, possuímos maior dificuldade em pronunciar os mais variados vocábulos, torna-se mais restrita ainda a maneira escorreita de se expressar.
É comum vermos muitos profissionais liberais confusos e obscuros em suas explanações, outros, às vezes, faltam com o decoro por não terem o vocábulo adequado para esta ou aquela circunstância.
Saia do vocabulário de sua área específica. Quanto mais diversificada e ativa for a sua linguagem verbal, mais límpido será o seu raciocínio. É por isso que aqueles que têm o vocabulário muito pequeno, na maioria das vezes, vernaculizam suas ideias obtusamente. Todos sabem que uma palavra bem colocada encurta o tempo de quem fala e de quem escuta, pois, a riqueza vocabular clareia as ideias e aumenta o poder verbal.
A pobreza de vocabulário é outro grande mal para quem se arvora a falar em público, pois, quando se tem um vocabulário muito pobre, fica difícil colocar adequadamente, através das palavras, aquilo que se pensa. Por isso, saia um pouquinho da escravocrata televisão e tenha contato com a boa literatura. Um vocabulário adequado ao ambiente constitui testemunho de cultura, inteligência e sabedoria.
Felizmente, para ser um bom orador, não é preciso um pistolão ou uma herança material, é algo que não se compra, é algo que se adquire com uma vontade demosteneana.
*Pedro Barroso é Professor de Oratória e escritor