Por conta da pandemia no novo coronavírus, as comemorações foram suspensas
O vereador Odiosvaldo Vigas (PDT) enalteceu o Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro. Como gestor do Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador, o parlamentar sempre viabilizou apoio anual ao evento, inclusive ajustando a Lei de 1963, do então vereador Luiz Monteiro da Costa, sobre o assunto.
No caso, ele apresentou em 2014 a Lei nº 8.548, que alterou dispositivos da Lei 1.543/63, que instituiu a data de 2 de dezembro como o Dia Municipal do Samba. E nesse enredo, o vereador recebeu na Casa por diversas vezes o compositor, cantor e sambista Edil Pacheco, que já ocupou a Tribuna Popular para falar da importância do estilo musical na cultura do povo brasileiro.
Segundo o vereador Odiosvaldo Vigas, durante seus mandatos, priorizou apoio ao Dia do Samba, destacando a realização da festa em Salvador, em dezembro, salientando que em 2019 o encontro reuniu 40 atrações no bairro do Rio Vermelho.
Abaixo, Odiosvaldo destaca um texto de Edil Pacheco sobre a comemoração neste ano, com vozes e instrumentos em silêncio.
“Pela primeira vez, desde 1972, quando começou a ser comemorado em Salvador, o Dia do Samba, 2 de dezembro, transcorreu com as vozes dos sambistas e os instrumentos em silêncio, por conta da pandemia de Covid-19. Tradicionalmente, a data reúne os sambistas baianos em uma grande festa para celebrar o mais genuíno e importante gênero musical brasileiro. Este ano, porém, as medidas de restrição à realização de eventos, para evitar a propagação do novo coronavírus inviabilizaram a festa.
Pensamos realizar uma live na data para atender aos apreciadores do samba, mas a dimensão tradicional do evento, com a participação de dezenas de cantores e instrumentistas, não caberia nesse novo formato”.
Responsável desde 1987 pela coordenação e organização da festa, com a ajuda de outros sambistas e o apoio de diversas instituições, Edil diz que não teria sentido fazer uma live com a presença de uns poucos artistas, deixando a maioria de fora. Ele antecipou que os sambistas vão reivindicar à Prefeitura de Salvador a inclusão desses artistas no programa dos anunciados festejos que serão realizados no meio do ano de 2022 para compensar o cancelamento do Carnaval de 2021.
Lei municipal
Em 3 de outubro de 1963, o vereador Luiz Monteiro da Costa apresentou à Câmara Municipal de Salvador um projeto de lei instituindo o 2 de dezembro como Dia Municipal do Samba. A matéria foi aprovada e em 18 de novembro o então prefeito da capital baiana, Virgildásio de Senna, sancionou a lei, cujo artigo 1º diz que a data de 2 de dezembro, Dia do Samba, “marcará, anualmente, o início oficial do ciclo de festas populares da Cidade do Salvador”.
A primeira comemoração festiva do Dia do Samba, em Salvador, no entanto, só ocorreria nove anos depois, quando foi realizada a Noite do Samba e Dendê, no antigo Campo da Graça. Gilberto Gil, que havia retornado do exílio, foi a atração principal da festa, que teve ainda Riachão, Ederaldo Gentil, Edil Pacheco, Walmir Lima e Nelson Rufino.
A festa baiana transformou-se numa referência nacional, com presenças de Beth Carvalho, João Nogueira, Paulinho da Viola, Lecy Brandão, João Bosco, Moraes Moreira, Jair Rodrigues, Ivan Lins, Alcione, Benito de Paula, Francis Hime, Elza Soares, dentre outros artistas.
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