Operação Ragnarok: Empresário diz que tratou com governo baiano e que não vai devolver R$ 24 milhões

O proprietário da Biogeoenergy, Paulo de Tarso , preso durante a Operação Ragnarok, que investiga a compra de respiradores que não foram entregues ao Consórcio do Nordeste, disse nesta quarta-feira (11), em entrevista à TV Bahia, que não tem porque devolver à instituição os R$ 24 milhões que recebeu para produzir os equipamentos. De acordo com o empresário, a empresa não tem culpa pelo fato de que o governo da Bahia não tenha aceito os equipamentos.


“Os recursos podem ser utilizados por uma empresa para o que ela bem entender. Nós utilizamos para o que bem entendemos e nós, sim compramos muitas peças, bastante equipamentos. Então, o dinheiro foi gasto, nos ventiladores e em outras coisas do caixa da empresa, porque a empresa tem sua margem de lucro e ela tem prerrogativa de usar o dinheiro em seu fluxo de caixa”, declarou.

“Eu não tenho que devolver dinheiro para o Consórcio Nordeste. Primeiro, porque eu não fiz negócio com o Consórcio Nordeste. Eu tenho que entregar os respiradores e os respiradores eu prometi entregá-los para o governo do Estado (da Bahia), que se recusou a receber”, completou.

A empresa Hempcare foi alvo da operação Ragnarok no início deste mês de junho após vender os respiradores por R$ 48,7 milhões. A empresa não entregou os equipamentos, nem devolveu o dinheiro. Outra empresa, a Biogeoenergy também é alvo de investigação.

Os donos da Hempcare, Cristiana Prestes, e Luiz Henrique Ramos, além do diretor da Biogeoenergy, Paulo de Tarso Carlos, chegaram a ser presos no início desse mês, mas foram soltos após cumprirem prisão temporária de cinco dias.