Por Anderson Santos*
O prefeito de Camaçari, Caetano, segue demonstrando um abismo entre suas promessas de campanha e as ações efetivas de sua gestão. Durante a campanha, ele garantiu à população que, nos primeiros meses de governo, seria implementado um sistema de transporte público elétrico e gratuito. No entanto, a realidade é bem diferente: Caetano anunciou recentemente que será necessário realizar um estudo técnico para avaliar a viabilidade do projeto, transferindo sua execução para um futuro incerto.
Outro ponto crítico é a promessa de regulamentar o transporte clandestino, conhecido como “ligeirinho”, integrando-o ao sistema público de transporte. Apesar de ter sido uma das bandeiras mais marcantes de sua campanha, o prefeito agora admite que a regularização dependerá também de estudos que, segundo ele, serão realizados ao longo de 12 meses. Caetano justificou sua postura ao declarar:
“Esse é um momento de transição, nós estamos querendo trazer de volta o transporte coletivo, de ônibus que não tem na cidade hoje. Nesse período de emergência nós vamos trabalhar, para fazer o projeto tanto da legalização dos ligeirinhos, como também do transporte tarifa zero. Será feito um estudo nesse período de seis mais seis [meses], que vai ser emergencial, para que a gente faça uma coisa consolidada, que atenda todos os interesses da população de Camaçari.”
As declarações do prefeito não apenas evidenciam a falta de planejamento prévio para executar suas promessas, mas também reforçam o uso recorrente de estudos como escudo para evitar cobranças imediatas. Em um cenário de crise no transporte público, a solução encontrada foi a contratação emergencial de empresas privadas para retomar o serviço, com subsídio da prefeitura, mas mantendo a cobrança de tarifas. Essa medida, que já havia sido utilizada na gestão anterior de Elinaldo e duramente criticada por Caetano, agora é apresentada por ele como uma solução “viável”.
Enquanto isso, a população de Camaçari sofre com a precariedade do transporte público e a incerteza quanto às soluções prometidas. É evidente que Caetano utilizou promessas populistas durante a campanha, sem o devido embasamento técnico e financeiro para cumpri-las. O discurso atual, focado em estudos futuros, reforça a percepção de que o prefeito não tinha condições reais de implementar as mudanças anunciadas.
Com cobranças crescentes dos vereadores de oposição, do Ministério Público e da sociedade civil, a gestão de Caetano enfrenta um teste de credibilidade. Se ele não apresentar ações concretas e imediatas para enfrentar os problemas estruturais do transporte público, sua administração corre o risco de ser marcada pela ineficiência e pela desconfiança da população. Em política, promessas vazias cobram um preço alto, e a paciência do eleitor tem limites.
*Anderson Santos, presidente do PDT de Camaçari