[Opinião] Extremismo na política nacional

*Por Fabiano Bastos

Desde o início dos anos 80, quando passei a ter discernimento para algumas questões importantes da vida, ouço falar na palavra extremismo. Curioso que sempre fui, logo fiquei ciente de que se tratava, de radicalismo. Nasci em 1975, período ainda vigente da ditadura militar no Brasil (01 de abril de 1964 a 15 de março de 1985), porém na condição de criança não conseguia entender o que acontecia. Na década seguinte inicia-se o processo de redemocratização política do país e neste momento eu já conseguia assimilar algumas coisas. Fui um tanto quanto precoce no meu amadurecimento, por tanto conseguir enxergar o movimento “Diretas Já”, entre os anos de 83/84. Lembro-me claramente das eleições em 1985, do êxito de Tancredo Neves, sua doença e conseqüente morte, posse de Jose Sarney e daí por diante acompanho com mais clareza o processo político brasileiro.


Alguns ainda hoje tentam relativizar o extremismo que prevaleceu no país durante o regime ditatorial, pós 64. Ledo engano! Sugiro que estes busquem a história registrada em variadas fontes, mais importante ainda, busquem conversar com indivíduos que vivenciaram de perto o período de exceção vivido no Brasil. Ainda temos testemunhas vivas para lhes sobre essas trágicas páginas da nossa história.


Outros exemplo de extremismo também permeiam a história mundial. Posso citar alguns exemplos: (1) Nazismo da Alemanha (Nacional-Socialismo (em alemão: Nationalsozialismus), mais comumente conhecido como nazismo, é a ideologia associada ao Partido Nazista, ao Estado nazista, bem como a outros grupos de extrema-direita. (2) ETA da Espanha (Euskadi Ta Askatasuna (em basco: Pátria Basca e Liberdade), mais conhecido pela sigla ETA, foi uma organização nacionalista basca armada. É a principal organização do Movimento de Libertação Nacional Basco e o principal ator do chamado conflito basco. (3) IRA na Irlanda (O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido por sua sigla em inglês, IRA, foi um grupo paramilitar católico e reintegralista irlandês, que pretendia separar a Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexá-la à República da Irlanda. Recorria a métodos terroristas, principalmente ataques bombistas e emboscadas com armas de fogo, e tinha como alvos tradicionais protestantes, políticos unionistas e representantes do governo britânico. (4) Al-Qaeda no Oriente Médio (também Al-Qaïda) ou, na ortografia aportuguesada, Alcaida (em árabe: القاعدة, transliterada el-Qā‘idah ou al-Qā‘idah, cujo significado é “A base” ou “O alicerce”) é uma organização fundamentalista islâmica internacional, fundada cerca de Agosto de 1988 por Osama Bin Laden, Abdullah Azzam – e vários outros combatentes da guerra soviética-afegã,- constituída por células colaborativas e independentes que visam disputar o poder geopolítico no Oriente Médio. Foi considerada uma organização terrorista pelos EUA, Reino Unido, União Européia, OTAN, Índia e muitos outros países. São atribuídos a Al-Qaeda diversos atentados a alvos civis ou militares na África, no Oriente Médio e na América do Norte, nomeadamente os ataques de 11 de setembro de 2001, em Nova Iorque, em Washington e na Pensilvânia, (aos quais o governo norte-americano respondeu lançando a Guerra ao Terror) e em Paris, contra a sede do jornal Charlie Hebdo. Há quem considere que o seu radicalismo se deve ao fato de estar sob a influência do Wahhabismo, aquele que mais parece inspirar os seus ideais religiosos. (5) Estado Islâmico no Oriente médio (Estado Islâmico, antes denominado Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) ou Estado Islâmico do Iraque e da Síria (EIIS), é uma organização jihadista islamita de orientação salafita (sunita ortodoxa) e wahabita criada após a invasão do Iraque em 2003. O grupo opera principalmente no Oriente Médio e também é conhecido pelos acrônimos ingleses ISIS ou ISIL, sendo muitas vezes designado, por seus oponentes árabes (que não reconhecem a organização como ‘estado’, nem como ‘islâmico’ ), pelo acrônimo داعش, transl. Dāʿiš (de ad-Dawlat al- ‘Irāq wa sh-Shām; em português: ‘Estado do Iraque e do Levante’), freqüentemente grafado Da’ish ou, por influência do inglês, Daesh, de onde provém a forma aportuguesada Daexe. O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei charia (o código de leis islâmico). Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados à pena de morte.


Deixo uma reflexão a todos: “É possível afirmarmos que nos últimos anos, especificamente de 2002 até os dias atuais, estamos vivendo um extremismo político no nosso País? Onde de um lado tivemos a eleição e o domínio sob dogma do PT e mais recentemente, desde Janeiro de 2019, a tentativa de imposição do dogma direitista incorporado pelo presidente eleito e os seus apoiadores?


Lamentavelmente a minha percepção me diz que sim! Estamos vivendo dias de extremismo faz algum tempo no Brasil. Corroborando com meus pensamentos fico antecipadamente triste por prever que haverá uma polarização nas respostas a ultima pergunta, conseqüentemente deixando mais exposto o sentido do nosso titulo “Extremismo na política Nacional”.

Fabiano Bastos, soteropolitano, baiano e brasileiríssimo

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