Por Carlos Sérgio Falcão*
Uma das mais importantes empresárias do século passado, ícone do empreendedorismo feminino, Mary Kay Ash ficou famosa também pelas suas frases de efeito, dentre elas: “Um líder de sucesso lidera de três maneiras: pelo exemplo, pelo exemplo e pelo exemplo”.
Há doze meses ninguém previa o caos na saúde e as incertezas econômicas que estamos vivendo neste momento, uma tempestade perfeita, onde mutações de vírus, gestão ineficaz e confusa no Ministério da Saúde, atraso na aquisição das vacinas e a ausência de uma liderança nacional que conduza o pais, com base na ciência e no bom senso, se uniram para transformar esperança de milhões de famílias em incertezas, com o avanço da pandemia, com o fechamento de empresas e com um desemprego recorde.
É surreal que nesse cenário, se politizem todas as ações que poderiam minimizar o sofrimento da nossa população. Vacinas, medicamentos, respiradores, leitos, e restrições de atividade, tudo é politicagem nesse país. As pessoas perderam o bom senso, e até a morte virou bandeira política nessa pobre nação. Todos são especialistas e cientistas. Alguns defendem medicamentos sem eficácia comprovada porque ouviram algum messias dizer que curava; outros insistem em não usar máscaras porque viram na televisão políticos se aglomerando sem a proteção facial, como se a “gripezinha” não fosse, na verdade, uma tragédia que breve ceifará mais de 400 mil vidas brasileiras; e outros questionam o isolamento social porque dizem que é mito sua eficácia.
Atônita com tantos e sucessivos erros, que comprometem o futuro dos nossos filhos e das nossas atividades comerciais, a sociedade civil e empresarial brasileira começam a se organizar, em movimentos sólidos, como o Unidos pela Vacina, lançado pela megaempresária Luiza Trajano, e a carta aberta com a assinatura de 1.500 economistas e lideranças nacionais, na tentativa de ajudar, pressionando também o governo federal e o Congresso Nacional a assumirem o seu protagonismo nas soluções dessa crise humanitária e econômica, liderando a nação na guerra contra a covid.
Urge agilizar a entrega de vacinas, planejar a logística de vacinação para aplicar dois milhões de doses/dia, aprovar a reforma administrativa, reduzir o tamanho do estado, impulsionar as privatizações para melhorar a qualidade do serviço público e diminuir o déficit fiscal.
Temos potencial para recuperar a nossa estabilidade econômica e credibilidade internacional. Somos resilientes e empreendedores, a equipe econômica, apesar de fragilizada, ainda é confiável, a infraestrutura vem fazendo entregas importantes e o agronegócio continua firme. Podemos dar a volta por cima, basta que não nos atrapalhem.
*Carlos Sergio Falcão é engenheiro civil, empresário, líder do Business Bahia