[Opinião] Lula, o Ilusionista: Economia à deriva, coloca-se marketing no prato do brasileiro

Por Anderson Santos*

Aos pensadores independentes da centro-esquerda e da centro-direita: o Brasil clama por um debate sério sobre os rumos da nação. Passadas as eleições municipais, é preciso mais que nunca discutamos o projeto de país que queremos, com foco central na política econômica. O presidente Lula, em mais um movimento de habilidade política, nos convida a desviar o olhar dos reais problemas de economia e foca em um tema secundário, embora relevante — a segurança pública. Assim, enquanto o debate gira em torno de questões como o aumento da violência, as falhas estruturais no modelo econômico continuam a ser negligenciadas, e o Brasil segue à deriva.

O novo ato do ilusionismo lulista é uma convocação de governadores, Ministério Público e Judiciário para uma ampla discussão sobre segurança pública. A violência e o crime organizado são, de facto, problemas de proporções nacionais e até transnacionais que exigem um enfrentamento sólido. Mas essa é apenas uma face da crise. O problema central do Brasil hoje é a falta de um projeto de desenvolvimento econômico que promova crescimento, estabilidade e inclusão social. E aqui surge o papel do centro político, que defende uma alternativa equilibrada e sustentável face às políticas governamentais atuais.

O Brasil está a deriva economicamente, sem um comandante que lidere uma política nacional capaz de oferecer estabilidade e crescimento. Vamos aos pilares básicos da economia e como o governo Lula vem falhando em cada um deles:

Meta de Inflação : Enquanto a inflação avança, Lula se mostra incapaz de conter seu impacto. Com incapacidade do governo de cumprir suas próprias metas ficais e as metas de inflação, o poder de compra do brasileiro é corroído mês após mês.

Meta de Superávit Primário : Em meio ao descontrole das contas públicas, o governo ignora a necessidade de disciplina fiscal. Esse descaso alimenta a incerteza econômica, afasta investimentos e desestabiliza o orçamento.

Câmbio Flutuante e Alta do Dólar : A variação constante e a alta do dólar têm efeitos devastadores na economia, encarecendo os produtos, afetando as importações, com os preços da gasolina associado ao dólar presenciamos o aumento do combustível o que acaba por pressionar o bolso dos brasileiros.

Preço da Gasolina e Variações no Dólar : Ao atrelar o preço dos combustíveis ao dólar, a política de Lula ignora a realidade do brasileiro, que se vê cada vez mais afetada pelo aumento no custo de vida, principalmente para se locomover e abastecer a casa.

Política de Valorização do Salário Mínimo : A promessa de valorizar o salário mínimo se esvazia quando a inflação supera os ganhos. Em vez de proporcionar uma melhoria real, o brasileiro vê seu poder de compra despencar.

Falta de Crédito no Mercado : Com a escassez de crédito, especialmente para pequenas e médias empresas, o governo restringe a capacidade de crescimento econômico e a criação de novos negócios.

Política de Juros do Banco Central : O Brasil ostenta uma das maiores taxas de juros do mundo. Esta política sufoca o consumo, reduz os investimentos e paralisa a economia, afetando diretamente o desenvolvimento e o emprego.

Essas tendências apontam para uma administração que, ao invés de enfrentar os desafios econômicos, prefere usar de sua habilidade política para resolver as questões mais urgentes. Lula nos convida a olhar para um problema secundário, enquanto a cerne da crise brasileira — a falta de um projeto nacional de desenvolvimento — permanece intocada.

Chegamos a um ponto em que o centro político brasileiro, seja de centro-esquerda ou centro-direita, precisa se posicionar com firmeza. Precisamos de uma alternativa que reconheça as questões reais do país e tenha coragem de propor um caminho sustentável para a economia, colocando o bem-estar dos cidadãos acima de estratégias políticas e manobras eleitorais.

O país precisa de uma economia com metas claras e gestão fiscal responsável, capaz de colocar o Brasil novamente no caminho do desenvolvimento. O centro político tem que liderar um debate profundo e amplo sobre os rumores da nação, rejeitando ilusões e enfrentando os desafios econômicos com seriedade e compromisso.

*Anderson Santos, presidente do PDT de Camaçari