Por Fábio Riella*
Após firmar parceria com o Grupo City, o Bahia se assemelhou àquele novo rico que começou a frequentar os ambientes reservados às castas de famílias tradicionais, abastadas financeiramente, e passou a ser identificado, por essa elite arrogante, como um intruso inconveniente.
A nobreza da bola não entende nem aceita a presença desse estranho, que veio de longe, em um ambiente que antes era reservado a uma patota do eixo sul/sudeste do país. Alguns chegaram a manifestar o seu estranhamento, dizendo, com outras palavras: “o que esse nordestino está fazendo na nossa festa?” “Precisamos criar instrumentos de controle!”
O curioso é que muitos desses granfinos, incomodados, vivem de aparência. São aqueles antigos ricos, que hoje estão falidos, mas mantêm o ar de superioridade. Os arrogantes falidos olham com soberba para esse novato malcriado e teimam em aceitar que o patinho feio nordestino é mais rico do que quase todos integrantes da festa.
Não é fácil para a elite do futebol brasileiro aceitar que clubes nordestinos possam brigar contra eles, em condições de igualdade, no mercado da bola. O eixo está descontrolado com a presença de nordestinos na festa nobre.
Inicialmente, com toda educação, o Fortaleza tocou a campainha e foi, aos poucos, mostrando que merecia estar naquele ambiente; agora vem o Bahia arrombando a porta e invadindo a festa. É muita ousadia dessa turma de sotaque diferente.
*Fábio Riella Marocci, torcedor do Esporte Clube Bahia