*Por Fabiano Bastos
Nesta quinta-feira (21), o Instituto Paraná Pesquisas, em parceria com o Bahia Notícias, divulgou o resultado de pesquisa eleitoral para prefeito de Salvador em 2020. Os números mostram que o vice-prefeito Bruno Reis (DEM) tem mais que o dobro de intenções de votos do segundo colocado, o deputado federal Sargento Isidório (Avante) na corrida pela prefeitura de Salvador. Em um cenário afunilado, com apenas oito candidaturas, o atual vice aparece como opção para 35,5% dos eleitores, frente 16,7% do parlamentar. Mesmo no cenário pulverizado, com 13 nomes, Bruno fica com 31% das intenções de voto contra 12,9% de Isidório.
Partindo deste cenário podemos fazer à seguinte analise: O tempo… e nada melhor que o tempo, permitiu que a população soteropolitana passasse a conhecer mais o pré-candidato Bruno Reis, uma vez que ele acumula a função de vice-prefeito eleito e a de secretario municipal de infra-estrutura, cargo estratégico na gestão do prefeito ACM Neto, principalmente no segundo mandato. A pasta é responsável pelas principais ações da gestão, as obras. Desde as pequenas, às de grande envergadura como: as de mobilidade, as de requalificação da orla e o pomposo Centro de Convenções de Salvador. Todas foram autorizadas, tocadas e entregues por Reis frente à pasta e em conjunto com Neto. Na oposição quem desponta na frente é Isidorio, que inclusive nas últimas pesquisas divulgadas ainda no ano de 2019, aparecia liderando a corrida eleitoral de 2020. Atualmente exerce o cargo de Deputado Federal pela Bahia, presidente estadual do Avante e dirigente da Fundação Doutor Jesus, entidade que abriga e recupera cidadãos dependentes químicos de todo o estado da Bahia. Nos últimos meses o nobre deputado Isidorio não tem se destacado muito no cenário político municipal e também na Câmara Federal, suas poucas aparições na mídia deve-se por ações de menor relevância e sua habitual irreverência. A quem diga que o trabalho do “Doido”, como o próprio deputado se auto-declara, seja silencioso.
Na referida pesquisa, já consta o nome da pré-candidata do PT, Major Denice. A petista não aparece com números expressivos, ficando em sexta e quarta colocação nos dois cenários apresentados. Seguindo o raciocínio lógico, podemos interpretar que o mesmo fator de que apontava desconhecimento, por parte do público, do pré-candidato do DEM apresentado em pesquisas passadas, pode ser aplicado para o nome da Major, uma vez que ela foi indicada pelo Partido dos Trabalhadores como candidata faz poucos mais de um mês. Vale lembrar que Denice trilhou toda a sua trajetória à valorosa instituição, Policia Militar da Bahia, e por conta disto nunca exerceu uma militância política. Nela destacou-se como mulher, negra, qualificou-se com diversas graduações acadêmicas e galgou o posto de oficial Major, onde comandou uma CIA Especializada, Ronda Maria da Penha. Chegou ao PT recentemente pelas mãos do governador, ato este que causou tremendo desgaste nas diversas alas do partido. Já na situação da candidata do partido de Rui Costa, ficamos a nos perguntar: O tempo….. sempre o tempo, será suficiente para a referida candidata ultrapassar os adversários que estão à sua frente e se aproximar do candidato Bruno Reis, conseguindo disputar um segundo turno?
Analistas políticos apostam em um maior crescimento do Reis, por conta de mais tempo rodando a cidade e sendo mais conhecido. Carrega à alcunha de trabalhador pé-de-boi e tocador de obras. Suas funções institucionais lhe dão visibilidade e permite ser bem avaliado pela população. Com relação ao Sargento, entendem que o topo do crescimento dele seria 20 %, onde os atuais números já apresentam uma curva descendente e o encolhimento seria natural, uma vez que seus possíveis votos são de uma parcela da população com o voto de revolta a tudo e a todos, ai mais uma vez o tempo…. operaria contra o candidato do Avante, que tem pouca densidade política, experiência em gestão pública e visibilidade. Com relação à Major, apostam em um crescimento tímido por conta do tempo para se apresentar a população e também pelo desgaste da base do partido, que não está motivada para buscar o voto para uma candidatura “goela” abaixo, alem da falta de densidade política e experiência na gestão publica. As demais candidaturas de oposição ao atual governo municipal e que foram apresentadas, tendem a ficar isoladas e/ou fazerem composições entre si. Os nobres especialistas não tem opiniões unânimes com relação à estratégia da base do governador para esta eleição. Uns afirmam ser a melhor opção a adotada pelo grupo de pulverizar candidaturas, forçando um segundo turno, onde todos se uniriam para tentar chegar ao Thomé de Souza; outros apostam ser errada a estratégia do governo estadual em pulverizar candidaturas, acreditam ser a melhor opção a de uma única candidatura, competitiva, com o melhor candidato do grupo para prefeito e um consenso do melhor vice compondo a chapa. Fazendo a polarização dos grupos e apresentando aos eleitores as benfeitorias do Prefeito Neto e do Governador Rui, por Salvador. Assim sairia com o sucesso da eleição aquele que tivesse a maior unha para subir a parede, segundo o dito popular. Teremos de aguardar acontecer o pleito para verificarmos quem tinha razão nos pensamentos.
Com tudo exposto à cima deixo uma reflexão: “O atual momento em que estamos vivendo, na pandemia do novo coronavirus, levou os nossos governantes nas três esferas e em todo o Brasil, a tratar um momento critico e de saúde publica como política e em alguns casos, eleitoral. Estamos vendo um tensionamento entre o presidente da republica e governadores e prefeitos. Momento este que eles deveriam se unir, mesmo que por um período especifico, para pensarem em soluções comuns a todos e para o bem de todos. Aqui na Bahia temos observado dois políticos estadistas, ACM Neto e Rui Costa, que tem muito bem definidos os seus ideais políticos e partidários, se unindo momentaneamente para tratarem da melhor maneira a condução da vida e principalmente à saúde do seu povo. Ponto que inclusive vem sendo exaltado em pesquisas recentes divulgadas, com relação à ação de ambos no combate ao covid19 em Salvador e em todo o estado. A pergunta que fica é: o quanto esta boa condução dos dois representantes executivos e lideres políticos, de Salvador e do Estado, conseguirão agregar de votos aos seus indicados? A população irá levar em conta este aspecto para escolher o futuro prefeito ou os aspectos de escolha já estão definidos pelo eleitor? A eleição, até então será dia 04 de outubro, existe grande possibilidade de ser postergada para dezembro, então para quem é melhor ganhar tempo com a possível prorrogação? Mas uma vez o tempo…..!!!!
Fabiano Bastos, consultor de marketing político*
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