[Opinião] Pare de tomar a pílula, ela não deixa o futuro nascer!

Por Robson Wagner*

A democracia no Brasil percorreu um longo e complicado caminho. Desde a Proclamação da República, passando por regimes autoritários e ditaduras, até a redemocratização de 1985, o país tem buscado consolidar um sistema democrático funcional. Mesmo com a Constituição de 1988, o Brasil ainda enfrenta desafios para consolidar uma verdadeira democracia, e o cenário político atual reflete essa dificuldade.

Nos últimos anos, o debate político tem sido cada vez mais dominado por trocas de ofensas e narrativas vazias. Propostas reais e soluções concretas para o futuro foram substituídas por disputas de autoafirmação. Muitos políticos, robotizados por essa dinâmica, parecem buscar o poder pelo poder. Essa “pílula”, que simboliza a falta de renovação e a estagnação das ideias, age como uma contracepção que impede o futuro de nascer. Enquanto isso, o povo brasileiro, cansado de discursos vazios, clama por dignidade e soluções práticas que devolvam a esperança de um futuro melhor.

Uma das razões para essa crise é o afastamento e a desmotivação de pessoas de bem da política. Muitas delas têm medo de se envolver, temendo a agressividade do ambiente político atual, ou não possuem a preparação necessária. Além disso, aqueles que entram na política frequentemente não contam com uma assessoria adequada, o que leva a campanhas amadoras e desorganizadas. Com isso, o debate político se torna raso e ineficaz, desconectado das reais necessidades da população.

No século XXI, a complexidade das campanhas políticas exige mais do que nunca a participação de especialistas. Profissionais capacitados podem direcionar campanhas de forma mais eficiente e menos custosa, trazendo estratégias bem planejadas, baseadas em propostas reais e na comunicação clara com o eleitorado. No entanto, muitos candidatos optam por abordagens superficiais, apostando em redes sociais de maneira improvisada, sem explorar a fundo o que realmente pode conquistar o eleitor: ideias sólidas e promessas realizáveis.

Embora as redes sociais tenham democratizado a comunicação, elas também têm alimentado a desinformação e o desrespeito. Ao invés de serem usadas como plataformas para o debate e a apresentação de ideias, muitas vezes se transformam em campos de batalhas virtuais, afastando ainda mais os eleitores das discussões que realmente importam. Essa liberdade desrespeitosa impede que o diálogo construtivo floresça, prejudicando o processo democrático.

Para mudar esse cenário, é urgente que os candidatos parem de tomar a “pílula” que os robotiza e inibe a inovação. Eles precisam se preparar melhor e contar com especialistas que possam desenvolver campanhas focadas em propostas concretas e modernas, que respondam às necessidades do povo. O Brasil precisa de uma política mais inclusiva, que devolva a esperança de um futuro mais justo, onde as oportunidades sejam iguais para todos.

A política deve ser um espaço de construção e de serviço à população, e não uma simples disputa pelo poder. O eleitor brasileiro quer líderes que ofereçam propostas verdadeiras, e não apenas narrativas vazias. O país necessita de novas lideranças que saibam transformar o cenário atual e, mais importante, permitir que o futuro nasça a partir de ideias genuínas e comprometidas com o bem-estar de todos. É hora de deixar para trás a superficialidade e trabalhar por um Brasil mais próspero e democrático.

*Robson Wagner é CEO da W4 Comunicação