[Opinião] Sou feliz, sou Vitória!

Por Tiago Queiróz*

Hoje, 13 de maio de 2020, o Vitória completa 121 anos. Fundado em 1899 pelos irmãos Artur e Artêmio Valente, membros da aristocracia baiana, foi batizado, inicialmente, de “Club de Cricket Victoria”. Entretanto, somente em 1902, o clube incorporaria às suas atividades o futebol, esporte pelo qual faria ecoar a nível internacional o rugido do leão. Nesses 121 de anos de altos e baixos, o rubro-negro “envergou, mas não quebrou”, como se diz no popular. Permaneceu altivo e imponente.

Surgido no seio da burguesia soteropolitana, num casarão do Corredor Vitória, o Vitória fez o caminho inverso ao longo dos anos. Buscou o povo, o popular. Não demorou e logo caiu no gosto do proletariado, que passou a vestir orgulhoso o vermelho e preto.  O estádio Manoel Barradas, o Barradão, fundado em 1986 e reinaugurado em 1991, situado em Canabrava, bairro periférico construído na década 1970 por assentamentos de famílias desapropriadas, tem importante papel na popularização do clube. A história do Barradão passou a se confundir com a própria trajetória da localidade. O local, que antes abrigava um aterro sanitário, foi diretamente responsável por mudar a vida de milhares de pessoas. Foi através, do Barradão que essas pessoas puderam testemunhar melhorias relacionadas à saneamento, transporte, segurança dentre outras coisas.

A grave crise que assola o clube, consequência de administrações desastrosas, que primavam somente pela valorização dos egos e dos bolsos famintos dos seus dirigentes, em nada arrefece o amor incondicional da sua apaixonada torcida. Por menos Paulos Carneiros, Alex Portelas, e Ricardos Davi e por mais Alex Alves, Didas, Marinhos e Petkovics…

Em tempos de pandemia, onde os rubro-negros encontram-se privados de ir ao santuário e, em transe, desfrutar dos momentos de êxtase e prazer com o clube do coração, só nos restar lembrar saudosistas dos impagáveis momentos nas arquibancadas da Toca, nas barracas de cerveja e espetinho que cercam o estádio ou nos churrascos realizados no estacionamento. Dias melhores virão. Nêgoooooooooooooooo!

*Tiago Queiróz é jornalista e rubro-negro

Foto:  Vagner Souza/BNews