Por Valmir Sampaio
Com a onda da pandemia do Coronavírus no Brasil e, mais especificamente, na Bahia, os noticiários têm divulgado vários depoimentos de políticos que estão aproveitando a situação para fazer a velha e famosa “politicagem”.
As mais recorrentes são as ofertas de cestas básicas, algumas distribuídas sem nenhum controle efetivo e mais deprimente é a necessidade de noticiarem o fato. Outros também noticiam a doação de parte dos salários com o mesmo objetivo. Esqueceram eles o que diz Mateus 6:2 e 6:3?
Outras atitudes, como na ânsia de aparecerem para os eleitores, dizem respeito a alguns vereadores ou Mesa Diretora de Câmaras que, em um momento de crise como o atual, cobram ações somente do poder Executivo, esquecendo-se de fazer as suas próprias obrigações. Essas atitudes além de oportunistas, na maioria dos casos, também soam como desconhecimento da aplicação dos recursos que os mesmos administram ou são obrigados a fiscalizar.
Basta uma visita ao site do Tribunal de Contas dos Municípios para constatar que 398 municípios da Bahia (95%) terão aumento em 2020 dos repasses dos duodécimos em relação a 2019, que resultará no valor total de R$ 94.276.960,51.
No Território do Vale do Jiquiriçá, composto por 20 municípios, o aumento no repasse em 2020 será de R$ 2.676.636,26, representando um valor significativo, e que poderia ser direcionado para as ações e atividades ligadas ao combate ao Coronavírus. Entre elas se destacam a Câmara de Maracás, com aumento de 30%, e as de Amargosa e Milagres com aumento de 10%. Só as três representam 41% desse total.
Qual seria a dificuldade na articulação do Legislativo da região para manter as suas despesas como em 2019 e devolver os recursos que receberá a mais para o Executivo, direcionando os valores para atividades no combate a atual pandemia e podendo inclusive salvar vidas?
O momento é de solidariedade e não de politicagem.