As eleições do ano que vem já é o principal assunto nas rodas de política. Muitas são as especulações quanto aos nomes e conchavos para a sucessão municipal. O nome do secretário de Infraestrutura, Bruno Reis, aparece como o candidato natural do prefeito ACM Neto, embora o anuncio oficial ainda não tenha sido feito. Bacelar, Geraldo Junior, Léo Prates, Bellintani, Jorge Sola, Lidice da Mata, Niltinho são alguns dos nomes postulantes ao Palácio Thomé de Souza. Entretanto, uma corrente em torno de uma candidatura negra surge com força nos corredores políticos da cidade. O vereador Luis Carlos Suíca (PT) é um dos entusiastas da ideia.
Em entrevista ao BSF, Suíca frisou que a ideia de um consenso em torno do nome de um candidato negro vem há algum tempo sendo debatida dentro de vários partidos: “alguns vereadores aqui vêm defendendo essa possibilidade. É uma coisa que surgiu dentro do movimento negro, do bloco Ilê Aiyê, e que se estreitou na chamada “bancada do feijão”, uma resenha criada há seis anos através de Moises Rocha e Alaíde do Feijão. Acho que é importante não somente se debater sobre uma candidatura, mas se aprofundar sobre a possibilidade real de se ter um prefeito ou uma prefeita negra”, ressalta o edil.
Questionado pela nossa reportagem se ele (Suíca) seria um desses nomes, o petista nega e aponta o nome de um outro vereador da sigla como o seu preferido. “Meu nome acaba aparecendo porque eu sou do movimento negro, tenho um mandato de vereador, sou suplente de deputado estadual e tenho uma atuação muito forte em bairros periféricos. Enquanto candidatura negra, mesmo, para a prefeitura de Salvador você tem Valmir Assunção, que já vem se colocando há muito tempo. Outro nome que tem ganhado um corpo maior é Moises Rocha, que está disposto a disputar as prévias, se houver necessidade. Seria o meu candidato. Por que um partido que defende LGBT, mulheres, juventudes e negros não tem uma candidatura negra?”
Entretanto, Suíca não vê com o otimismo uma possível aceitação dentro do PT em torno do nome apontado por ele: “Não seria consenso porque o poder é branco. Isso é fato. Para ser vereador, negro, dentro de qualquer partido é uma dificuldade. O poder não foi feito para nós”.
Negra ou não, o vereador defende veementemente que o PT tenha uma candidatura própria. “O PT não pode deixar de ter candidato porque poderá pagar um preço muito alto. Se a gente incorrer no erro de apoiar uma candidatura, como fizemos em 2016 e nossa candidata teve apenas 16% dos votos, quem é que vai defender o nosso legado? Sou petista e lulista. Se é o nome de Bellintani, se é Jorge Solla, se é Robinson Almeida… O PT precisa ter candidato. Precisamos defender lula livre desmontar essa farsa que se montou em torno do nome do Partido dos Trabalhadores”.