A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu neste domingo (17) que a Polícia Federal ouça o depoimento do empresário Paulo Marinho no inquérito já aberto para apurar, com base em denúncias do ex-ministro Sergio Moro (Justiça), se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou interferir indevidamente na PF.
Em entrevista à Folha, Marinho relatou suposto vazamento da Operação Furna da Onça ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do mandatário. O caso agora passa a ser objeto da investigação instaurada a partir do rompimento entre Moro e o presidente. Ainda não há data agendada para a oitiva.
Em entrevista à Folha, Marinho, suplente de Flávio no Senado e pré-candidato do PSDB à Prefeitura do Rio de Janeiro, disse ter sido procurado pelo congressista na campanha, em 2018, em busca de traçar uma estratégia de defesa contra possível investigação sobre seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz, que o envolveria num suposto esquema de “rachadinha”.
Ele relatou que um delegado da PF vazou a Flávio e seus auxiliares, uma semana após o primeiro turno, que seria deflagrada a Furna da Onça contra deputados estaduais do Rio, a qual atingiria Queiroz.
Em ofício enviado à delegada Christiane Correa Machado, do Serviço de Inquéritos Especiais da PF no Supremo Tribunal Federal, o procurador João Paulo Lordelo Guimarães, da PGR, também requer o depoimento de Miguel Ângelo Braga Grillo, o coronel Braga, chefe de gabinete de Flávio.
Segundo disse Marinho, ele teria recebido um telefonema do delegado e ido até o local em que a informação sobre a operação foi vazada.
Outro pedido da PGR é para a obtenção da cópia integral, em meio digital, do inquérito da PF que já apurou, em outra oportunidade, supostos vazamentos relativos à Furna da Onça.
Folhapress
Foto: Ricardo Borges/Folhapress