Plano traça estratégias e ações para tornar Salvador uma “cidade inteligente”

A capital baiana dá mais um importante passo para se tornar uma cidade digital com a implementação do Plano Diretor de Tecnologias da Cidade Inteligente (PDTCI). Os detalhes do documento, que define linhas de política pública para esta área em Salvador nos próximos 30 anos, foram apresentados nesta segunda-feira (30) pelo prefeito Bruno Reis e pelo secretário de Inovação e Tecnologia (Semit), Samuel Araújo, no Hub Salvador, no Comércio. Também na ocasião, foi assinado o contrato para implantação da rede de fibra óptica multisserviços, que vai estabelecer a conectividade dos cidadãos com a Prefeitura.

Para o prefeito, o investimento significa resultado direto na qualidade de vida de nossos cidadãos. “Este é mais um presente que a cidade ganha, um caminho para podermos trilhar em um mundo cada vez mais competitivo, a alta tecnologia exige aprimoramento constante. E Salvador não dispunha de ferramentas e políticas públicas que pudessem impactar diretamente na vida das pessoas, transformando a capital baiana numa verdadeira smart city”.

Com este plano será definido o futuro de Salvador pelos próximos 30 anos. “Isso fará da cidade a metrópole mais inteligente do Brasil. Poderemos conectar toda a cidade, em especial os prédios públicos e poderemos levar diversos serviços para toda a capital baiana, por meio da conectividade, através de recursos tecnológicos e digitais. Até 2024 vamos investir R$2,1 bilhões em tecnologia e inovação. Uma das novidades era a implantação de wi-fi gratuito em mais 80 áreas prioritárias em toda a cidade. Serão, ao todo, 800 prédios públicos e 80 novas arames de acesso livre a internet”, concluiu Bruno Reis.

Elaboração – Construído durante dois anos através de uma série de oficinas e colaboração direta de mais de 250 pessoas, o PDTCI contém 50 objetivos e 75 metas atreladas ao planejamento estratégico da Prefeitura, incluindo investimentos e ações que deverão ser empregados para uma gestão municipal mais eficiente na prestação de serviços à população. A versão digital do documento estará disponível em breve para consulta da população, por meio de site a ser divulgado pela Prefeitura.

O Plano é universal e envolve diversos temas, a exemplo de saúde, educação, assistência social e sustentabilidade. O investimento para a iniciativa foi de US$ 1 milhão, através de financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

O titular da Semit explicou que o trabalho para construção deste plano acontece desde 2020, a partir de levantamentos de iniciativas urbanas em busca de uma maturidade dos serviços municipais. O documento, então, traz as diretrizes tecnológicas para as próximas três décadas, com metas para a cidade, a exemplo dos 50 objetivos para uma cidade inteligente, que trazem consigo mais 75 projetos associados.

“Vamos transformar Salvador a partir de uma infraestrutura tecnológica numa cidade ainda mais eficiente e transparente com relação à gestão pública, através de um modelo de governança baseado no uso racional da tecnologia e na modernização de serviços públicos municipais que promoverá a população melhor qualidade de vida”, completou Araújo.

Infovia – A Infovia da Cidade Inteligente envolverá a implementação, até o final de 2024, de mais de 800 km de fibra óptica, que conectará mil prédios da Prefeitura de Salvador, incluindo 433 escolas e 241 unidades de saúde, além de praças e oferecimento de wi-fi gratuito para a população. Com isso, serão habilitadas dezenas de iniciativas nas verticais de educação e saúde da Smart City, integrantes dos Objetivos da Cidade Inteligente (OCI). Para esta ação, uma das primeiras pertencentes ao PDCTI a serem colocadas em prática pela Prefeitura, serão investidos R$ 109 milhões de reais.

Destaques do plano – Dentre os objetivos estipulados no plano constam a implantação de um Centro de Controle de Operações, consolidando todos os serviços municipais, o Big Data soteropolitano, o Observatório SUAS, consolidação do Arte em Toda Parte, digitalização dos serviços ao cidadão, remodelagem e modernização da iluminação pública, monitoramento ambiental inteligente, ações voltadas para telemedicina e fortalecimento da agricultura urbana. A iniciativa prevê a criação de um observatório para análise de dados da cidade; armazenamento e processamento de dados em nuvem; rede com 800 km de fibra óptica multisserviços; tráfego em rede de até 40 GB na rede principal, e link de 100 Mb a 1 Gb na rede secundária.

 

Demais ações – Outras iniciativas importantes do Plano Cidade Inteligente envolvem uma nuvem digital para hospedagem e processamento das informações, na qual foram investidos R$ 25 milhões, com recursos próprios. Além disso, está previsto um observatório, que vai ser um grande centro de comando e controle para o cruzamento de dados que trafegarão pelas infovias. A medida permitirá que a Prefeitura possa tomar as melhores decisões através de dados.

Confira dez dos 50 objetivos do PDTCI:

1) Big Data da Cidade: Materializar, progressiva e continuamente, o conceito de Big Data da Cidade, enquanto instrumento indispensável à tomada de decisão e formulação de políticas públicas voltadas à Cidade Inteligente, por meio de infraestruturas e estratégias que ampliem exponencialmente a capacidade de processamento, armazenamento, promoção de interoperabilidade e integração entre sistemas empregados nos serviços prestados à população, sempre resguardando-se a
segurança cibernética inerente às classes de riscos das aplicações, de forma a maximizar a qualidade da experiência urbana, bem como coibir silos digitais na Cidade Inteligente de Salvador.

2) Internet das Coisas (IoT) no Ambiente Urbano: Implementar, de forma segura, progressiva e escalável, infraestrutura que habilite aplicações baseadas em Internet das Coisas (IoT) no ambiente urbano de Salvador, por meio de dispositivos que maximizem a capacidade de comunicação, sensoriamento, atuação, coleta, armazenamento e processamento de dados da cidade (Big Data da Cidade), proporcionando-se maior
consciência situacional à gestão municipal e, assim, decisões mais ágeis e acertadas na Cidade Inteligente de Salvador.

3) Digitalização dos serviços ao cidadão: Promover ampla e progressiva digitalização de serviços, canais de atendimento e utilidades públicas ao cidadão soteropolitano, bem como a crescente oferta destes serviços e utilidades em plataforma única, de interface amigável e intuitiva ao cidadão, contribuindo ao acesso universal a serviços da Cidade
Inteligente de Salvador.

4) Tecnologia em favor de grupos vulneráveis: Empregar tecnologias da informação e comunicação (TIC) como potencializadoras de projetos e ações voltados à prevenção e à redução da violência urbana contra grupos vulneráveis, vulnerabilizados e em situação de risco.

5) Acessibilidade: Eliminar, progressivamente, as barreiras à acessibilidade e à mobilidade de cidadãos com necessidades especiais em Salvador, promovendo,
continuamente, as iniciativas e ações necessárias à observância da legislação, bem como
incorporando tecnologias e soluções inovadoras na promoção da acessibilidade de equipamentos, edifícios e espaços públicos na Cidade Inteligente de Salvador.

6) Conectividade: Ampliar exponencialmente a conectividade na cidade do Salvador, compreendida como direito fundamental e instrumento de cidadania na Cidade Inteligente, implementando-se novos pontos de acesso públicos, inclusive no âmbito dos modais de transporte, de modo a permitir a máxima interação junto aos usuários.

7) Ciclomobilidade: Otimizar e ampliar, continuamente, a infraestrutura cicloviária, o número de bicicletas públicas ofertadas aos cidadãos e turistas em Salvador, bem como o número de estações de locação e sua distribuição no território urbano, por meio de parcerias que desonerem os cofres públicos, ofertando uma alternativa ao uso de automóveis, contribuindo à qualidade de vida e à minimização dos impactos da Cidade Inteligente ao meio ambiente.

8) Controle inteligente do tráfego e modais de transporte: Agregar, continuamente, inteligência ao controle do tráfego na cidade de Salvador, contribuindo à tomada de decisões e à interação com os usuários, disponibilizando-se informações em tempo real em plataforma pública e acessível por todos os cidadãos.

9) Inclusão digital: Promover e fomentar, incisivamente e de todas as formas, a inclusão digital produtiva em Salvador, por meio de estratégias, iniciativas e projetos que envolvam a comunidade e proporcionem, continuamente, a redução das disparidades de acesso à tecnologia na Cidade Inteligente.

10) Gestão inteligente da coleta de resíduos: Implementar, progressivamente, sistema de gestão inteligente da coleta de resíduos em Salvador, por meio de infraestruturas, dispositivos e aplicações capazes de proporcionar visão em tempo real quanto à situação de contêineres e lixeiras públicas, além de medição em bases confiáveis, possibilitando a definição das rotas de coleta mais eficientes e contribuindo, assim, à qualidade dos serviços e otimização de custos operacionais à Cidade Inteligente.

 

Fotos: Valter Pontes/Secom