Longe do oeste da Bahia, região produtora de grãos no estado, e buscando intensificar seu ciclo de produção, o pecuarista Edimar Margoto (à esquerda na foto acima), da Fazenda Colatina, no Vale do Rio Pardo baiano, reservou pasto rotacionado de sequeiro em algumas de suas áreas, inclusive utilizando como pasto reserva, e irrigou outras áreas onde termina suas boiadas em confinamento a pasto. Para fornecer a dieta adequada para a terminação, o produtor investiu em estrutura de silo e fábrica de ração.
Quem detalhou o sistema de produção da Fazenda Colatina foi Eduardo Hagge, gerente de originação da unidade Friboi em Itapetinga-BA, que recentemente visitou a propriedade, de onde trouxe registros em fotos e vídeos.
“A Fazenda Colatina fica no Vale do Rio Pardo, é uma região nobre aqui, por isso é muito importante o trabalho que o Edimar vem fazendo. A cada visita que a gente faz, a gente volta da fazenda e se surpreende. A gente vê que existe uma recuperação das pastagens originais do Colonião, ele conseguiu nas baixas fazer um rotacionado de sequeiro, onde embala o boi e termina na parte irrigada. O Edimar investiu na fábrica, no misturador, ele prepara toda a sua ração na fazenda”, ressaltou Hagge.
Segundo o originador, investir na nutrição dos animais é condição essencial para o desenvolvimento da pecuária da região. “Já que a nossa região não é uma região produtora de grãos, a gente tem que realmente importar, trazer o grão de certas distâncias, do oeste da Bahia. Então investir hoje na fábrica, investir hoje em silo e estar atento à nutrição é imprescindível na fazenda. Às vezes muitos produtores ainda estão com a cabeça em outros tipos de investimentos, mas eu acho que a ferramenta primordial hoje é na ração, é na fábrica, é na nutrição mesmo, aí é que vai fazer o diferencial”, apontou.
Hagge aproveitou ainda a oportunidade para elogiar o empreendedorismo do pecuarista. “É um produtor modelo, muito interessado, bem entusiasmado. Ele está sempre querendo divulgar, difundir e a gente pega o Edimar como exemplo para mostrar o seguinte: a região tem potencial, basta ajudar um pouco o boi na engorda, trabalhar bem o manejo e o capim está aí em volta. Realmente o trabalho lá é muito interessante, ele é um grande parceiro”, reconheceu.
O blog manteve contato com Edimar Junior, que comentou sobre a fazenda: “Estamos fazendo o dever de casa na região do rio Pardo. Tivemos sucessivos anos de seca na região, tempos difíceis, a gente tem que se reinventar, com criatividade, usar tecnologia no campo. Só assim pra pecuária dar resultado, gerar mais empregos e mais renda. A pecuária extensiva, sem tecnologia, realmente está com os dias contados.
O uso de suplementação para terminação dos bois — milho, sorgo e núcleo proteico –, além de pastejo rotacionado e pastos irrigados tem trazido excelentes resultados, é o caminho”.
Fonte: Políticos do Sul da Bahia