Prêmio Maria Felipa se consolida com homenagem a 26 mulheres negras

Vereadora Ireuda Silva conduziu entrega da honraria na noite de domingo (25)

Com alto índice de audiência e engajamento nas redes sociais, o Prêmio Maria Felipa 2021 ocorreu na noite de domingo (25), Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e Dia Nacional da Mulher Negra. Devido à pandemia, a cerimônia ocorreu de forma on-line, o que não impediu que o público participasse em peso da transmissão feita pelas redes sociais da vereadora Ireuda Silva (Republicanos) e pela TV Câmara.

“Neste dia, escolhemos realizar a cerimônia do Prêmio Maria Felipa, que visa homenagear, neste ano, 26 mulheres negras de destaque em suas respectivas áreas e também na luta por direitos e contra o preconceito”, disse Ireuda, que é presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice-presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal de Salvador.

“O prêmio também resgata a memória de Maria Felipa, mulher negra e pobre que contribuiu para a independência da Bahia, e valoriza todas as mulheres negras no geral, aqui representadas por cada uma das premiadas. Além disso, estamos aqui para reforçar nossa resistência contra o apagamento histórico do qual nós, mulheres negras, temos sido vítimas ao longo da história”, completou.

A vereadora destacou ainda que “tivemos muitos avanços nos últimos anos. Conquistamos espaços por meio de uma luta árdua, mas o que temos ainda é pouco para que possamos de fato falar em igualdade. Enquanto as mulheres negras, que constituem uma das parcelas mais discriminadas da sociedade, não tiverem um papel preponderante no desenvolvimento do Brasil nossas mazelas e atrasos enquanto povo nunca serão superados”.

Homenageadas

Ao todo, foram 26 premiadas, que fizeram discursos emocionados ao receberem a premiação: a administradora e ativista Itaijara Souza; a cantora Lizandra Gonçalves; a comandante da Ronda Maria da Penha da PM, Major Tereza; a diretora da SPMJ Fernanda Cerqueira; a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga; a psicóloga Jeane Tavares; a dançarina Sara Verônica; a empresária Flávia Santana; a psicóloga Mafoane Odara; a baiana Gineide da Conceição; a presidente do CMDCA, Tatiane Paixão; a major da PM Érica Patrícia; a pesquisadora Bárbara Carine Soares Pinheiro; a advogada Dandara Pinho; a subcomandante da Guarda Municipal (SE) Jussimara Viana; a vereadora Cris Correia; a dermatologista Hadassa Barros; empresária Nay Megas; a titular da SPMJ Fernanda Lordelo; e as jornalistas Hamali Pestana (editora da Revista Raça), Tairine Ceuta, Lorena Alves, Luana Souza, Georgina Maynart, Débora Oliveira e Yasmin Santos.
Nas redes sociais, durante a transmissão, foram centenas de comentários de espectadores entusiasmados. “Foi inesquecível, muito lindo, parabéns, nos incentiva a nós pretas que podemos sim, só você Vereadora Ireuda Silva fazer isto por todas nós, lindo muito nota 1000, não retiro o nome foi sim nosso Oscar em Salvador”, escreveu uma espectadora.  

“Parabéns a todas, é um ótimo prêmio, e vai ficar marcado na história de cada uma, parabéns Ireuda Silva”, disse outra. “Parabéns pelo prêmio. Mulheres Felipas… sem cor sem raça sem etnias… que luta que faz acontecer”, elogiou uma terceira.

Quem foi Maria Felipa?

Maria Felipa de Oliveira foi uma marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica. Assim como Joana Angélica e Maria Quitéria, ela lutou pela Independência da Bahia. Em 1823, liderou um grupo composto por mais de 200 pessoas, entre as quais estavam índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, nas batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. Conta-se que o grupo foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas.