O excesso na produção de estrogênio é considerado o principal fator causador dos miomas. Por isso, na menopausa a tendência é que eles reduzam ou desapareçam
Um problema que atinge cerca de 80% das mulheres em idade fértil, segundo dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o mioma, fribroma ou leiomioma, é um nódulo uterino benigno, resultante de uma proliferação anormal do tecido fibroso, causado principalmente pelo excesso de estrogênio. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde (MS), apontam que anualmente dois milhões de mulheres desenvolvem mioma, sendo que 300 mil delas perdem o útero devido ao problema. O tema ganhou destaque nos últimos dias, com aumento de 160% nas buscas do google, com a revelação da atriz Sharon Stone de que após um diagnóstico errado que a levou a passar por um procedimento cirúrgico, descobriu ter miomas.
Mais comum em mulheres na faixa etária dos 40 anos, os nódulos tendem a diminuir ou até mesmo deixarem de ser vistos nos exames durante o período da menopausa. Isso ocorre porque na menopausa a produção de estrogênio é reduzida, explica o médico ginecologista, Dr. Jorge Valente. Segundo o médico, embora os dados mostrem que um grande número de mulheres desenvolva esse tipo de problema, na maioria das vezes os miomas são assintomáticos, não sendo necessário nenhum tipo de tratamento.
Em outros casos, quando por exemplo eles têm volume elevado ou aparecem em grande quantidade, os miomas podem provocar sangramento excessivo durante a menstruação, muitas vezes com coágulos, podendo levar a quadros de anemia, e cólicas menstruais fortes, gerando desconforto nas mulheres, conforme relata o especialista. “Além disso, dependendo do local onde estes nódulos estejam instalados e do volume que apresentem, eles podem atrapalhar a gestação e, em casos mais raros, provocar a infertilidade”, afirma o ginecologista. Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 2% dos casos de infertilidade feminina são provocados por miomas.
De acordo com o médico o diagnóstico do mioma ocorre por meio de exames clínicos e de imagem, como a ultrassonografia transvaginal. Já o tratamento é realizado de acordo com a sintomatologia de cada paciente, podendo ser clínico, com a indicação de medicamentos que promovam o equilíbrio hormonal e/ou tratem os quadros sintomáticos apresentados, ou cirúrgico – por meio da miomectomia (quando apenas são retirados os miomas), ou até mesmo da retirada completa do útero, conhecida como histerectomia.
“Outra opção de tratamento é a embolização, método minimamente invasivo que consiste na obstrução intencional dos vasos sanguíneos, sendo indicado para tratar miomas que provocam excesso de sangramento, dores ou sintomas compressivos na bexiga ou intestino”, explica Dr. Jorge Valente. “Já em mulheres que forem diagnosticadas com o problema com idade próxima à da chegada da menopausa pode-se recomendar a utilização de bloqueadores hormonais para induzir a redução destes nódulos e consequentemente os sintomas que atingem a paciente”, afirma o médico.
Importante destacar que os miomas devem ser acompanhados por um ginecologista e que apenas este profissional, de acordo com a avaliação individualizada de cada paciente, deverá determinar o tipo intervenção a ser adotada para o seu tratamento, ressalta Dr. Jorge Valente.
Sobre o Dr. Jorge Valente
Médico pós graduado em medicina ortomolecular e em longevidade, especialista em ginecologia pela FEBRASGO, com 24 anos de atuação na área de ginecologia endócrina, atuando em reposição hormonal, emagrecimento e foco na saúde integral, onde o estilo de vida é a base do tratamento.