Produção de cacau em comunidade quilombola de Maraú é qualificada


As áreas de cacau da Associação dos Remanescentes de Quilombolas Produtores Rurais do Barro Vermelho, do Município de Maraú, foram ampliadas e qualificadas. Com isso, a expectativa é que a produção, que hoje chega a uma média de 10 hectares por ano, passe para 100 hectares. 

A organização e melhoria do sistema produtivo do cacau na comunidade foi possível graças aos investimentos do  Governo do Estado, por meio do projeto Bahia Produtiva. Estão sendo destinados R$387,6 mil para a melhoria das áreas de cultivo, visando a agregação de valor, por meio do beneficiamento da amêndoa, o aumento da produtividade e o manejo da biodiversidade presente nas áreas, além de educação ambiental para as famílias de agricultores.  

No local, foram implementadas técnicas de produção de cacau, como a prática de clonagem para renovação das áreas produtivas e capacitação para produzir cacau de qualidade, por intermédio da assistência técnica e extensão rural (ATER).  

Também foram entregues 10 toneladas de calcário e mudas de cacau, equipamentos como roçadeiras, motosserra, máquinas motopoda, visando o manejo adequado e otimizado do cacaueiro. São beneficiadas diretamente 32 famílias de agricultores.  

O presidente da associação, Valmir Enrico dos Santos, explicou como os investimentos melhoram a produção: “Essas mudas vão nos dar grande retorno futuramente, trazer uma renda com mais sustentabilidade. Vamos nos esforçar para que em breve possamos colher os frutos e fazer com que nossa comunidade se desenvolva mais rápido e, com certeza, não só a associação será beneficiada, mas todos que estão em volta”. 

Valmir afirma que cada investimento tem sua finalidade: “O calcário é uma matéria-prima muito importante para nossa lavoura, onde vamos corrigir o solo para plantar nossas mudas. As máquinas chegaram na hora certa. A dificuldade que tínhamos era muito grande e elas vão facilitar o nosso trabalho. Para roçar uma tarefa de terra no facão demorava até uns cinco dias e era um grande desgaste físico. Agradecemos esse olhar voltado do Governo do Estado para o agricultor”.  

Está prevista para ser executado na comunidade, ainda neste ano, a aquisição e instalação de estruturas de beneficiamento da amêndoa de cacau, que são as estufas solares e os cochos de fermentação do cacau, que poderão agregar valor à produção do cacau, por meio da qualidade superior da amêndoa do fornecida pelos beneficiários, podendo alcançar prêmios de 50% sobre a cotação. 

Pelo Bahia Produtiva, projeto executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), cofinanciado pelo Banco Mundial, já são mais de R$32,7 milhões aplicados para fortalecer a cacauicultura baiana, aplicados em melhorias no manejo da produção do cacau, no acesso ao mercado, no serviço de Ater com as entidades parceiras e na Identificação Geográfica, beneficiando diretamente 1.384 famílias de agricultores.