Um trabalho que abarca, entre distintas ações, a valorização e formação das baianas de acarajé que atuam em Camaçari, bem como a distribuição de tabuleiros para fomentar o ofício tradicional, reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2005. Assim pode ser definido o Rota Afro do Acarajé de Arembepe, que retoma as atividades nesta sexta-feira (25), a partir das 9h, no Colégio Estadual Professora Nadir Araújo Copque, localizado na Estrada do Coco, km 23, na localidade.
Fruto da parceria entre o Núcleo de Baianas de Acarajé – Camaçari e a Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), a iniciativa passa a contar com o apoio da Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria de Turismo (Setur).
Durante o evento desta sexta-feira, será apresentado à comunidade, aos guardiões do projeto, instituições e demais parceiros, uma importante novidade tecnológica, que é o aplicativo da Rota Afro Cultural de Arembepe. A plataforma foi desenvolvida por estudantes cotistas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus XIX Camaçari, sob supervisão do professor Silvar Ribeiro, e teve o apoio da Rede de Afroempreendedorismo, Afroturismo e Empreendedorismo Feminino (Emunde). O aplicativo já está disponível, tanto para Android quanto para iOs.
Conforme explica o coordenador da Rede Emunde, Edson Costa XXI, o aplicativo chega para auxiliar na disseminação e no fluxo de informações sobre os itinerários turísticos que celebram a cultura, a história e as contribuições dos povos afrodescendentes. “O aplicativo vai ajudar os guardiões, sobretudo, na parte de comunicação, vai dar visibilidade às ações que já existem”, avalia.
Em Arembepe, destino turístico que une beleza natural e herança cultural, ganham destaque a Rota do Acarajé Maria Felipa, coordenada por Silvana Souza e Rita Maria, que homenageia a heroína negra Maria Felipa, além da Rota das Artes, criada por Noel Brito, responsável em resgatar a ancestralidade por meio da arte em madeira. Integram a lista ainda o projeto Experiência Dedinho de Prosa e o ativismo ambiental de Rivelino Martins.
Edson Costa lembra ainda que o projeto irá contar com mais um lançamento, no dia 30 de abril, às 9h. Na ocasião, o Terreiro Casa do Mensageiro irá receber a reunião de apresentação do aplicativo para a Rota da Lagoa da Paz, em Barra do Pojuca.
A Rota Afro do Acarajé de Arembepe engloba um trabalho educacional, de cunho profissionalizante, voltado a promover orientação e conscientização sobre a titulação da categoria, além de fomentar o zelo e defesa da indumentária tradicional utilizada pelas baianas de acarajé no exercício da atividade. O cuidado com a conservação da receita original do acarajé e do abará, também integra a série de atividades.