Salvador registra menos acidentes no trânsito, só que com maior gravidade

Dados da Transalvador revelam número alto de vítimas na pandemia em comparação a 2019

Durante o período da pandemia do novo coronavírus, o fluxo de veículos nas vias de Salvador caiu cerca de 40%. Isso refletiu na quantidade vítimas de acidentes registradas pela Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador). Entre 16 de março e 30 de junho deste ano, 481 pessoas foram vítimas de acidentes, contra 1.403 do mesmo período de 2019 (redução de 66%). Porém, a taxa de fatalidade aumentou.

No período analisado, foram 31 mortes no trânsito este ano, contra 39 em 2019. Se levado em conta o índice proporcional, ou seja, a quantidade de vítimas fatais em comparação com o total de vítimas, a taxa de mortalidade foi maior em 2020. Este ano, a letalidade nos acidentes de trânsito foi de 6,4%, contra 2,8% em 2019, o que representa um aumento de 129%. Isso leva a crer que os acidentes registrados foram de maior gravidade.

“Percebemos que, com as vias mais vazias, os condutores cometeram mais infrações, como acelerar além do permitido e avançar o sinal vermelho. Essas duas infrações são umas das principais causas de acidentes graves no trânsito”, explica Fabrizzio Müller, superintendente da Transalvador.

De janeiro e junho de 2019, a Transalvador registrou 139.668 infrações por excesso de velocidade, contra 186.165 este ano, um aumento de 33% no número de autuações. Já para avanço de sinal, esse crescimento foi ainda maior. Entre janeiro e junho de 2019, a autarquia de trânsito registrou, através da fiscalização eletrônica, 8.365 condutores que não respeitaram o sinal vermelho para passagem de veículos. Em 2020, o número saltou para 14.703, 76% a mais apenas neste primeiro semestre.

“Esperamos que, com o retorno gradual das atividades e aumento no fluxo de veículos, as pessoas redobrem a atenção no trânsito. Condutores e pedestres não podem se descuidar e adotar comportamentos imprudentes nas vias. O nosso sistema de saúde está comprometido em função do novo coronavírus e devemos evitar o colapso”, alerta Müller.

Foto:Divulgação / Secom