As últimas altas registradas no mercado da pecuária são resultado de uma oferta apertada de gado, segundo o analista César de Castro
O indicador do boi gordo do Cepea, calculado com base nos preços praticados em São Paulo, subiu e atingiu o maior patamar em um mês e meio, consolidando assim, a recuperação após o auge da safra. A cotação variou 0,79% em relação ao dia anterior e passou de R$ 314,6 para R$ 317,1 por arroba. Com isso, no acumulado do ano, o indicador teve uma alta de 18,7%. Em 12 meses, os preços alcançaram 55,9% de valorização.
As últimas altas registradas no mercado da pecuária são resultado de uma oferta apertada de gado, segundo o analista César de Castro. “A exportação é mais forte que o mercado interno. Nesse mês, especificamente, o fechamento das exportações de maio foi menor que meses anteriores. Como estamos no período de final de safra, encurtando a oferta, nem mesmo esse aumento de oferta que vimos recentemente foi o suficiente para causar uma grande queda no boi. Acomodou um pouco, mas já está voltando a se recupera”, disse.
A preocupação é com o período de estiagem prolongada que se aproxima. “A estiagem que vem por aí vai nos colocar em uma situação complicada em termos de custo de energia e piora das pastagens. Aqui, no Sudeste, já observamos essa seca há alguns meses e a situação é bem complicada. Os estados que estão com situação melhor, acredito que em um mês já comece a se agravar também”.
Reposição
Para o analista, a alta no preço do bezerro deve continuar. “Esse preço acompanha o mercado do boi, que está aquecido e com baixa disponibilidade. Isso não deve mudar a curto prazo, com o bezerro e boi magro como sendo o principal risco para o produtor. A receita é boa com o boi gordo, mas na hora da reposição fica difícil de recarregar esse preço, não há muito o que fazer”.S
Segundo César de Castro, o risco para o custo de produção vai aparecer no ano que vem, que é quando esse bezerro comprado agora será terminado.
Fonte/Foto:Canal Rural/Divulgação